ATA DA SEPTUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
17.09.1997.
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): De acordo com o art. 100 da LOM, hoje o Círculo de Pais e Mestres da Escola
Estadual de 1º e 2º Graus Profa. Gema Angelina Belia, ocupa o espaço da
Convidamos o Diretor da
Escola Prof, Sérgio Luiz Aguiar e a estudante Vanessa Escobar Prestes,
representando seus colegas, para
tomarem assento à mesa. O Sr. Karin Aquere, representante do Círculo de Pais e
Mestres, está com a palavra .
O SR. KARIN
AQUERE: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. É com grande satisfação que retorno a esta Casa
depois de ter vindo aqui dia 10 de junho do ano passado, representando essa
escola. Alguns Vereadores que aqui se encontram devem lembrar-se da nossa
agonia. Naquela data faltavam apenas
seis meses e vinte dias para que uma escola com mil e quinhentos alunos fosse
despejada. Já havíamos interrompido a Av. Antônio de Carvalho, conversado
diversas vezes com representantes da SEC e outras autoridades, e não víamos
germinar nada. Foi quando, por sugestão de Vereador desta Casa, ocupamos esta
tribuna. Hoje, podemos dizer que daqui partiu a luta que resultou na nossa
vitória.
A Comissão de Educação desta
Casa, na legislatura passada, foram os únicos Parlamentares que foram visitar
nossa escola, ver de perto os problemas e
as virtudes. Aqueles Vereadores nos acompanharam diversas vezes a
reuniões com a Sra. Secretária de Educação e outros órgãos, e tomaram para si a
responsabilidade de tocar o barco adiante. Se o barco era nosso, andou porque
teve remos, e esses remos foram esta Casa.
No mês de novembro do ano
passado, fizemos a renovação deste contrato por mais um ano. Havíamos ganho uma
parte da guerra, mas não toda. Continuamos lutando, sempre de acordo com as
orientações desta Casa, e, no último dia 2, foi publicado no Diário Oficial o
decreto de Utilidade Pública para fins de desapropriação da nossa área. Hoje, a
nossa comunidade escolar vem a esta tribuna agradecer. Nós ganhamos essa luta
porque esta Casa nos orientou, nos apoiou e se fez presente nos momentos em que
precisamos. Nessa luta de um ano e meio, talvez um pouco mais, tivemos coisas
boas, tivemos coisas ruins, decepções; houve parlamentares que disseram que não
iríamos conseguir nada, que era uma luta inglória. A publicação do decreto
mostra que nós saímos vitoriosos.
Então, eu venho, em nome da
nossa escola, agradecer a esta Casa e dizer que só assim, com o povo e o
parlamento unidos, trabalhando juntos, é que nós conseguiremos uma sociedade
mais justa e democrática. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Consideramos como extensão da Mesa o Prof. Celso Mayer da Costa, que é
Presidente do Conselho Escolar, e a Profª Jussara Flores, que é professora de
História.
O SR. GERSON
ALMEIDA (Requerimento): Sr. Presidente, saúdo os integrantes da Mesa, alunos e professores e
requeiro que seja encaminhada ao atual Diretor, que não ocupava este cargo à
época, uma cópia da Moção de Solidariedade aprovada por esta Casa à luta que os
funcionários, pais, mestres, alunos e professores fizeram ao longo desse tempo
em que conquistaram uma vitória fantasticamente importante para a comunidade do
entorno, demonstrando que mesmo nas dificuldades maiores, quando há mobilização
social e vontade coletiva, é possível ganhar. Então, já se firmou, formalmente, um compromisso desta Casa, pela
unanimidade dos Vereadores, de apoio àquela luta.
Quero registrar também, em
nome de nossa bancada, que é muito raro que um movimento volte à Tribuna
Popular para dar uma satisfação. Especialmente, para nós, é um motivo de
orgulho quando essa satisfação é para falar de resultado favorável, positivo,
enfim, de vitória.
Que continue assim. Parabéns
à luta de todos aqueles que se envolveram com isso e arrancaram essa conquista
para a comunidade.
O SR. ELISEU
SABINO: Sr.
Presidente, nós também nos sentimos honrados com a manifestação da Direção da
Escola, através do orador, Sr. Karin Aquere, que se manifestou agradecendo
pelo trabalho e pelo acompanhamento que esta Casa fez junto à Escola Estadual Profa. Gema Angelina Belia. Nós manifestamos nosso apreço, como Presidente da Comissão de
Educação e Cultura da Casa, até porque
essa manifestação do Sr. Karin nos sensibilizou. Trazemos a nossa palavra de
congratulação e agradecimento.
Como falou o Líder do
PT, é difícil ver essa situação. Nós
ficamos satisfeitos e colocamos a Comissão de Educação e Cultura da Casa à disposição.
( Não revisto pelo orador.)
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr.
Presidente, eu queria dizer, pela bancada do PSDB, ao Sr. Karin Aquere, além de
tudo o que foi dito, e muito bem, pelo Ver. Gerson Almeida e pelo Ver. Eliseu
Sabino, que ele proporcionou a esta Casa um intenso e inédito momento de
emoção.
O SR. DÉCIO
SCHAUREN: Sr.
Presidente, na legislatura passada, eu era integrante da Comissão de Educação.
Dos que estão no Plenário, sou o único que participava da Comissão. Quero
testemunhar quanto, naquela época, da
nossa visita à unidade de todos segmentos da Escola - pais, alunos,
professores, funcionários - a vontade de lutar para chegar a bom termo a
continuidade da escola. Por isso, quero parabenizá-los pela luta e pela
vitória. Muito obrigado..
( Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Décio Schauren falou em nome da Comissão de Educação que funcionou naquela
época.
Agradecemos a presença do
Sr. Karin, do Prof. Sérgio, da aluna Vanessa representando todos os demais da
comunidade da Escola - pais, alunos, professores, funcionários - dizendo que a
Câmara, como foi colocado pelos Vereadores, sente-se orgulhosa de ter
participado positivamente desse movimento. Esperamos que essa comunidade participe
conosco de muitas outras demandas sociais, políticas e culturais. Pois é a comunidade quem vai resolver os problemas da Cidade,
sem a participação da comunidade as coisas ficam muito difíceis e, às
vezes, impossíveis de serem sanadas.
Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h23min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 14h25min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver. João Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Fui surpreendido com o noticiário na imprensa,
hoje, de que o relatório da Comissão que tratou do problema do Ver. Edi Morelli
foi aprovado.
Na segunda-feira, quis fazer
uma Comunicação de Líder, porque em absoluto eu concordava com o relatório da
Comissão Especial - que não votei. E ontem, surpreendentemente, chegou-me um
convite para participar de uma reunião da Comissão Especial, que seria
realizada ainda ontem pela manhã. Impossível eu fazer o atendimento.
Mas esse relatório da
Comissão Especial, redigido pelo Ver. Lauro Hagemann, deixou-me muito
preocupado, porque gosto das coisas feitas com seriedade, e, aqui, não foi
sério. Diz ele que " devemos salientar que a negociação política é prática
inerente do Parlamento legítima do processo democrático - eu também concordo -
e tem por objetivo o bem público".
Sr. Presidente, o Ver. Lauro
Hagemann diz que a negociação no Parlamento é democrática e tem por objetivo o
bem público, mas neste caso não houve atendimento do bem público, porque a
população porto-alegrense paga por todos os tempos, 33% acima do que deveria
pagar pelo Imposto Predial. Isso não me diz que seja objetivo do bem público
pagar a mais. E apenas analisando isso, não precisa analisar mais nada. Eu
votaria contra o relatório se me tivessem dado a oportunidade normal. Todos os
dias eu perguntava - o Presidente é testemunha disso - quando seria a nossa
reunião. Na segunda-feira, infelizmente eu quis fazer uso da tribuna para uma
Comunicação de Líder, onde eu já havia sublinhado esta manifestação do Ver.
Lauro Hagemann. Não é do interesse público aumentar o Imposto Predial em 33%.
Eu devo dizer que quando
renunciei à relatoria da Comissão, foi porque disse que o Prefeito havia
manobrado para interferir numa votação nesta Câmara. Hoje eu vejo por que o
Prefeito manobrou: o "Cidade Viva" não é mais Porto Alegre, é a área
metropolitana toda, e nós temos que gastar muito na publicidade. Então, era
muito bom para o Prefeito mandar ao seu Líder um ofício para ser lido nesta
tribuna para, de uma maneira incorreta, no ano que vem ter muito dinheiro para
fazer propaganda do seu candidato ao Governo do Estado. Neste caso, eu disse o
porquê minha renúncia da relatoria, porque o Prefeito agiu da mesma forma que o
Sérgio Motta, nem um pouco diferente, até vetou a Lei de Diretrizes
Orçamentárias, aquilo que interessava à Câmara.
Eu não posso entender que um Ex-Veredor venha e diga: "Olha,
eu troquei o meu voto". Não posso entender que eu me tenha dado o trabalho
de ler todos os Anais da Câmara no dia da votação e nas pautas do Projeto. Essa
leitura me levou à convicção de que o Ver. Edi Morelli votou contrariamente ao
que pensava apenas para conseguir o redutor de velocidade na Av. Nilo Wolff.
Portanto, com esse relatório eu não concordo. Deixo bem claro que há uma pessoa
que nunca deveria ter sido citada aqui, que se chama Adaucto Vasconcellos, um
homem absolutamente correto, que faz o seu trabalho.
Esse relatório não
corresponde à realidade. O Ver. Edi Morelli, no dia da votação, deixou
absolutamente claro - e eu mostrei isso - que havia trocado o seu voto. E essa
troca do voto custa 33% do Imposto Predial de toda a Cidade por todo o tempo.
Portanto, o meu repúdio a esse relatório. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LAURO
HAGEMANN:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu estava posto em sossego no meu gabinete e
tive o desprazer de ouvir a intervenção do Ver. João Dib. Eu tenho que fazer um
esforço para não repetir a exaltação do Ver. Dib, mas não gostei de ter o meu
relatório classificado como superficial, irresponsável, não sei exatamente qual
foi a palavra usada. Não-sério - assim foi classificado exatamente. Se há
alguém não-sério nesse episódio é o Ver. João Dib, que abandonou a relatoria
num momento em que não poderia ter abandonado.
Eu tive que assumir o encargo e produzi o relatório possível.
Desde o início foi dito que
se as acusações não fossem comprovadas isto aqui viraria molecagem. E não fui
eu que disse, foi uma notícia da Zero Hora, que eu reproduzo no relatório. Eu
não inventei nada, está tudo escrito no Processo. E o episódio do Ex-Vereador
Edi Morelli com relação ao IPTU, não
aparece nada porque ele negou tudo. Ele disse que não tinha havido nada. E fica
a palavra dele e a palavra do Adaucto
que disse que não tinha havido esse tipo de negociação.
E não foi com relação ao
IPTU que se estabeleceu a Comissão Especial, foi com relação à venda de votos,
genericamente. Essa questão do IPTU era apenas uma questão. Havia uma história
de uns sonorizadores lá na Restinga,
havia outras coisas. O Ver. Luiz Braz veio à tribuna também e disse que tinha
havido. Ele sabia que alguns Vereadores
haviam sido conversados para mudarem de voto, mas que ele não podia indicar
quem era, porque ele não podia provar.
Vamos agora botar um ponto
de final nesta história de acusações infundadas. Qualquer um chega aqui nesta tribuna e diz o que quer; depois,
chamado a comprovar, não se comprova, e fica a Casa, a instituição parlamentar,
com a
pecha de ser irresponsável.
Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu não esperava, ou até
esperava, que essa história
fosse redundar nisso, mas é o meu senso de responsabilidade que me fez
aceitar a relatoria dessa Comissão Especial. São testemunhas os companheiros
que me indicaram e eu aceitei. Não devia ter aceito, mas é o senso de
responsabilidade que me fez aceitar. Eu não sei aonde conduziria o processo se
ele fosse desbordado daquilo que constava dos autos do processo.
Eu não sou jurista, não sou
advogado, mas aprendi muito cedo uma regrinha básica que diz que: “ o que não
está nos autos não está no mundo”. E eu tive a pachorra, com a minha
Assessoria, dois dias, três dias, de ler todo aquele processo, um calhamaço. E
nós chegamos à conclusão que está expressa no relatório: não havia nada a
considerar para que se produzisse uma
peça diferente daquela que foi produzida.
Eu não vou pedir para a Casa
aprovar o relatório. Que faça a Casa o que estiver ao seu alcance e no seu
entendimento.
Agora, eu Vereador desta Casa há muitos anos, não
posso permitir que o Parlamento, em qualquer instância, seja denegrido
gratuitamente, porque se há uma instituição pública que possa veicular as
expressões da sociedade, essa ainda é o Parlamento. Pode ser mal constituído,
mas isso é outra coisa. Isto aqui é uma instância de expressão do povo, e tem
que ser mantido aberto. Se não for assim, nós estaremos perdendo o nosso tempo
aqui. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. CYRO
MARTINI (Requerimento): Sr. Presidente, confesso não ter ouvido, no curso das nossas reuniões,
a leitura desse relatório sobre o qual se reportaram os dois Vereadores, há pouco, na tribuna, de sorte que não sei
sobre que relatório nós estamos falando. Se a Casa já tomou conhecimento, eu
peço desculpas, pois nós estaríamos, se
a Casa ainda não tomou conhecimento, sendo atropelados por um fato sobre o qual
não temos a menor ciência. Ademais, gostaria de perguntar, se o Ver. João Dib
assinou o relatório.
O SR.
PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Ver. Cyro Martini, nós acabamos de assumir a
Presidência e em que pese não estarmos presentes no momento em que houve o
pronunciamento do Ver. João Dib, percebemos pelo encaminhamento feito pelo Ver.
Lauro Hagemann, que se trata de um relatório de uma Comissão Especial da Casa
que, evidentemente, ainda não chegou ao conhecimento da totalidade da Casa.
Em Comunicação de Líder,
fica resguardado, a cada um dos oradores, usar a tribuna, sob a sua
responsabilidade, abordando o tema que entenderem adequado.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento):
Sr. Presidente, eu requeiro vista ao processo todo, para que se estabeleça a
verdade das afirmações feitas por mim e pelo Ver. Lauro Hagemann na tribuna.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe o pedido de
V. Exa. e vai-se informar com a
Diretoria Legislativa qual o procedimento adequado nesta circunstância.
O Ver. Clovis Ilgenfritz,
em Comunicação de Presidência.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu me sinto na obrigação de usar este tempo para
dizer que ontem fui surpreendido por questionamentos da imprensa que me
pareciam eivados de suposições e procurando denegrir, deturpar, desfazer o que
estava sendo a verdade colocada por um procedimento interno da Casa. Este Vereador,
como Presidente, não tem que emitir
opinião. Eu recebi cópia do relatório de uma Comissão Especial com onze
Vereadores, fiquei aguardando o momento para distribuí-lo em Plenário, o que farei hoje, mas a imprensa, ontem, já
estava com todas as informações e sugeriu que uma Comissão da Casa se
transformou em "pizza". Só poderiam ter tido orientação de alguém
para dizer que a Câmara de Porto Alegre estava envolvida em um processo de
compra de votos, como se isso fosse o Palácio do Planalto, como se fosse o
Congresso Nacional, onde realmente aconteceu a compra de votos. Não vamos
permitir que a nossa Câmara seja comparada. Eu assumo, na condição de Vereador
desta Cidade, que não aceitamos que esta Casa seja comparada e envolvida da
forma como aconteceu ontem. Eu fui entrevistado, ontem, insistentemente, pela
imprensa, porque eles queriam que eu declarasse que a Comissão havia acabado em
"pizza". Eu disse não e não entrei no mérito, porque respeito a
opinião da Comissão. É importante que se diga que esse relatório não vem a
Plenário para ser aprovado. Aprovado pela Comissão, ele dá informação à Casa e,
se for o caso, à comunidade.
Por outro lado, como Presidente, por várias vezes fui inquirido
para falar sobre a Comissão de Inquérito, que havia se instaurado na Câmara
para estudar compra de votos, denúncias do Ver. Luiz Braz e que envolviam o
Ex-Vereador Edi Morelli. Eu, insistentemente, disse: "Não há uma comissão
de inquérito, por favor, não façam esse tipo de confusão. Não há nenhuma
denúncia formalizada, não há nenhum processo nesse sentido. Então, não há
comissão de inquérito, há uma Comissão Especial criada por solicitação de um
Vereador, aprovada por este Plenário, para averiguar problemas sobre tais e
tais questões, e que deveria ser ouvido o Ex-Vereador Edi Morelli." Foi
Isso! Quando passou da ouvida do Ex-Vereador Edi Morelli, eu manifestei, neste
Plenário, a minha contrariedade, como Presidente, e disse: "Não é possível
que uma Comissão criada para ouvir um cidadão, se desdobre como estava se
desdobrando em várias consultas, em vários depoentes." Então, eu
quero resguardar aqui o papel de
toda Mesa, que teve o cuidado de não se
envolver e de dizer, aqui, que não tivemos uma Comissão de Inquérito. Nós
tivemos uma Comissão Especial que ouviu o Ex-Vereador Edi Morelli, que não
disse, na Casa, o que ele disse na imprensa. Na imprensa, ele realmente disse
coisas muito sérias. E eu, ontem, falei com um repórter respeitadíssimo, que
estava me inquirindo, e disse a ele que fizesse cópia da fita gravada com os
depoimentos do Ex-Ver. Edi Morelli e mandasse para a Casa ou mandasse para a
Justiça, para o Ministério Público. O Ministério Público tem que analisar essa
denúncia pública do Ex-Ver. Edi Morelli. Foi uma denúncia violentíssima contra
a nossa Casa e contra quem estava no Governo no momento em que ele disse que
negociou voto. Então, que vá para a Procuradoria, que vá para o Ministério
Público, que se faça um inquérito, que se apurem responsabilidades e que ser
diga quem é quem. Agora, não misturar 33 Vereadores honrados num processo com o qual nós não concordamos pelo
encaminhamento que foi dado, por um lado, e
pelo conteúdo aqui, diferente do conteúdo dado na imprensa. Eu só queria
resguardar a Mesa nesse processo. Nós fizemos o máximo para que não se transformasse
uma solicitação de esclarecimentos em uma comissão de inquérito, que não houve.
Se alguém tiver uma denúncia formal, que a faça, porque, daí sim, nós vamos
abrir uma comissão de inquérito. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Reginaldo
Pujol): Antes de devolver a Presidência ao Ver. Clóvis Ilgenfritz, eu quero
informar ao Ver. João Dib que já solicitei à Diretoria Legislativa que
providenciasse a vinda até o plenário do Processo correspondente à Comissão
Especial, em andamento, para verificar o estágio em que se encontra e verificar
da possibilidade ou não do atendimento do requerido por V. Exa.
O Ver. Nereu D'Ávila está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU
D'ÁVILA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como Presidente desta Comissão Especial para
averiguar as denúncias feitas pelo Ex-vereador Edi Morelli, eu gostaria de
ratificar que a Comissão, rigorosamente, trabalhou em cima dos fatos que foram
fartamente divulgados e que o mais grave deles era a situação do Ex-vereador
Edi Morelli ter afirmado que dos justos 17 votos que houve no aumento do IPTU
ele teria, na época, dado seu voto em relação à negociação com o Governo.
Posteriormente, o
Ex-vereador Omar Ferri também referiu nomes da Administração Popular, que ainda
hoje são Secretários, e que no seu gabinete teriam sugerido a troca de um
relatório por outro que fosse mais conveniente aos propósitos do Governo.
Ocorre que essas situações,
na forma em que uma Comissão Especial se transforma, que é um processo de
investigação, ou uma instrução como seria um procedimento judicial, não foram
carreados aos autos, no entendimento da maioria dos membros da Comissão, provas
suficientes para o encaminhamento final da Comissão referente a culpabilidade
de envolvidos no episódio. O Ver. João Dib realmente renunciou à relatoria da
Comissão, alegando que o Sr. Prefeito
teria interferido em episódios da Casa. A minha função, como Presidente, o que
muito me honrou, não era fazer julgamentos, e sim presidir os trabalhos. Não vou fazer apreciações de mérito da
renúncia ou de algo semelhante, mas o que me surpreendeu foi a ausência do Ver.
João Dib ontem na Comissão. Eu assinei, na sexta-feira, a convocação dos
vereadores. Ontem, não houve quórum para votação, embora tenhamos aguardado
55min.O prazo estava mais do que ultrapassado. Às 10h55min, encerrei os
trabalhos e solicitei a assinatura dos que estavam presentes, porque não há
mais prazo. O Ver. João Dib alega que recebeu somente ontem pela manhã; também
não vou entrar no mérito. O fato é que não houve quórum e o Ver. João Dib não
esteve presente até para dizer que era contra o relatório.
Trouxe aqui essas
informações para dizer que se lamentam denúncias feitas aqui com
gravidade, e depois não se encaminham
para os autos, as provas suficientes. Assim, está-se penalizando a Casa, como
um todo, com essa história se houve ou não "pizza." Os Vereadores
trabalharam praticamente três meses em cima de
responsabilidades individuais e coletivas da Comissão. Os Vereadores
averiguaram, os depoentes fizeram seus depoimentos, a imprensa esteve presente
quando quis, e entrevistou quem quis. Foi tudo transparente e absolutamente
democrático. Houve esforço da Comissão para cumprir com o seu dever. Agora
refoge à Comissão como um todo e a esta Casa como instituição a opinião do
Relator e a sua aprovação ou não pelos componentes da Comissão.
Esses são fatos, o Relator relata e no caso o Ver. Lauro Hagemann,
no meio do caminho, teve que aceitar a relatoria. Estou aqui na tribuna para
defender a instituição, para defender a Comissão que trabalhou, que foi
responsável e que, em nenhum momento tomou medida que não fosse compatível,
agindo nos cânones da Lei, do Regimento e da moral. Agora, se os seus resultados não agradaram a "A",
"B" ou "C", é um direito deles protestarem, mas não venham
aqui com subterfúgios querendo repassar
à imprensa que a conclusão foi de " pizza" e que a Comissão
agiu com alguma posição menos recomendável. Isso não faz bem à respiração, ao ventilador democrático que
esta Casa sempre teve com relação à imprensa e à sociedade.
Por isso, vim a tribuna para fazer a defesa da
instituição e da Comissão como um todo. Quanto aos seus resultados, eu somente
a presidi; não posso julgar, porque não é da minha competência. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa quer testemunhar a correção e o alto nível da Comissão como um todo e,
em especial, as preocupações do Vereador Nereu D'Ávila, Presidente da Comissão,
de levar a bom termo os trabalhos.
O SR. JOÃO DIB
(Questão de Ordem): Eu não faltei a nenhuma Sessão e cheguei sempre antes dos outros
Vereadores. Ontem pela manhã, eu não estava em meu gabinete quando foi entregue
a comunicação de que haveria Sessão: portanto não a recebi. Não tendo havido
quórum para a sessão, poderia ter sido
aprovado o Parecer?
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa informa a V. Exa. que, em não havendo quórum, há necessidade de convocação
de outra reunião. Existem sete assinaturas no Processo, todas favoráveis ao
Relator. Peço esclarecimento ao Presidente da Comissão.
O SR. NEREU
D’ÁVILA: Eu
disse da tribuna há dois minutos que não havia quórum. Havia cinco Vereadores e
eram necessários seis para dar o quórum. Esperados 55 minutos, este Vereador
encerrou a Comissão, porque não iria ficar o dia inteiro esperando Vereadores
que não vieram. Os que estavam assinaram, e este Presidente solicitou à
Secretária que colhesse as demais assinaturas. Se eles não quisessem assinar,
teríamos que ir embora com o prazo mais do que ultrapassado reunir novamente.
Se eles se propuseram a assinar, mesmo com restrições ou com voto contrário, a
Comissão está extinta. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE: Tendo
esclarecido a questão, o Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, em
Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Senhor
Presidente e Srs. Vereadores. Mal
iniciada a Sessão, vi instalado esse debate a respeito da Comissão Especial
constituída pela Casa para tratar de assunto decorrente de notícias públicas do
Ex-Vereador Edi Morelli. Quero confessar que entendo que estejamos diante de
grandes incongruências, que têm a sua raiz até mesmo no noticiário que sai da
Casa, e que gera esse tipo de discussão, porque as coisas são tornadas
públicas, às vezes, de forma equivocada, ou pelo menos não adequada.
Quero dizer a todos que
tenho sistematicamente dito e repetido da minha dificuldade pessoal de cumprir
uma discussão do Regimento da Casa. Aquele que propõe que, em todas as
Comissões aqui constituídas, haja todas
as representações partidárias um representante. Todos sabem que o PSB, o PPS, o
PFL têm apenas um representante, e que, evidentemente, não é possível se estar
presente em todos os atos da Casa, que
se desenvolvem com muita freqüência de forma coincidente, porque são
desarticulados os trabalhos do Plenário
da Casa com os trabalhos das Comissões
Permanentes e com os trabalhos das Comissões Transitórias que aqui se instalam.
Ainda ontem, sabem os companheiros da Comissão de Justiça, eu tinha, ao mesmo
tempo, que estar presidindo uma Sessão
aqui no Plenário da Casa, quando se realizava uma reunião da Comissão de
Justiça, para tratar de um assunto que é momentâneo e que tem o maior interesse
da Casa em vê-lo esclarecido. Isso me permite, desde logo, dizer o seguinte:
que a Casa tem que se organizar neste particular, não pode querer que os
Vereadores estejam presentes a todo tempo e em todos os lugares da Casa.
Nesse episódio, em que pese
a respeitável opinião do Ver. Nereu D'Ávila, dizendo que assinou uma convocação
para esta Comissão, na sexta-feira, eu tenho informações das mais respeitáveis
de vários Vereadores, que somente na manhã de terça-feira tomaram conhecimento
dessa convocação. E eu quero me incluir entre esses. Não quero justificar a
minha ausência, porque esta não precisa ser justificada. Reiteradas vezes, eu
tenho dito que é impossível eu fazer todas as coisas ao mesmo tempo, nesta Casa. Todos sabem disso. Nesse
episódio, o episódio da aprovação final de um Relatório, que eu não li, não
posso apoiá-lo ou criticá-lo, porque eu não li. Não tomei conhecimento dele até
o presente momento. Fiquei sabendo da sua existência, porque a imprensa informa
que ele já existe e informa com detalhes. Quem disse que faltou quórum, aqui, é
o Presidente da Comissão que, em declarações dadas ao Jornal do Comércio, disse que só havia cinco pessoas presentes.
E, nesse particular, o Presidente da Comissão tem razão, se não houve quórum,
não foi possível ser submetido à
apreciação o Relatório do Ver. Lauro Hagemann, que eu não discuto se é bom ou
se é ruim, porque eu não li e não posso criticar e nem aplaudir o que eu não
li.
Então, o que não se pode,
Sr. Presidente, na ânsia de se alimentar a imprensa nesta Cidade, é ficar
criando problemas internos, na Casa, que geram exacerbação verbal. O próprio
Presidente da Casa foi à Tribuna falar
em nome da Mesa e disse que aqui não se compra voto. Sr. Presidente, a isenção
da Mesa é absoluta e tranqüila e não precisa ser demonstrada para ninguém.
Todos sabem da isenção da Mesa perante todos os assuntos polêmicos que aparecem
aqui na Casa. Mas, esses fatos vão gerando a exacerbação verbal e com ela esse
clima de discórdia que está instalado aqui no nosso plenário. Esse
episódio é como assédio sexual, que se
dá com violência e com sutilidade.
Eu nunca tive a preocupação de
saber se o Executivo desta Cidade era omisso ou atuante na busca da aprovação
de seus projetos, porque acredito que é de seu dever ser atuante, de buscar a
negociação e conseguir a aprovação do projeto. Eu, com freqüência, diálogo com
o Governo nesse sentido e não cometo nenhuma imoralidade. Agora, não vamos
radicalizar, não vamos criar um grau de
exacerbação de tal ordem que não se possa discutir com tranqüilidade nesta
Casa.
Não sei se o relatório do
Ver. Lauro Hagemann é bom ou ruim, não sei se vou aprová-lo ou não, só posso
afirmar que, por conhecer o Ver. Lauro Hagemann, sei que é um relatório
responsável e, como tal, eu vou encarar com a devida responsabilidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. NEREU
D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, Como o Ver. Reginaldo Pujol também
referiu-se à questão da convocação, eu pedi à Secretária da Comissão que
trouxesse as minhas mãos, para efeito taquigráfico e de comprovação, a
convocação, por mim assinada, foi no dia 12 de setembro de 1997, portanto na 6ª
feira, para a reunião de 3ª feira, às 10 horas no Plenário. De modo que, se
chegou, por um motivo ou outro que não me cabe aqui analisar, às mãos dos
nobres componentes da Comissão somente na 3ª feira é questão dos escaninhos da
Casa.
Está aqui a comprovação de que a convocação foi feita, realmente, na 6ª feira, dia 12 de
setembro. Como sempre, a Presidência teve a precaução de, antecipadamente,
fazer chegar aos Srs. Vereadores a convocação. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa vai esclarecer com a pessoa que fez a visita a cada gabinete exatamente o
momento em que o Vereador ou alguém
responsável pelo gabinete, assinou o recebimento convocatório. Estamos
aguardando esclarecimentos.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: Sr.
Presidente, este Vereador deseja informar que tempestivamente recebeu a
convocação e foi o primeiro Vereador a chegar na reunião da 3ª feira, como
aliás, fez em todas as Sessões da Comissão. Muito obrigado.
PROC. 2738/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 164/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Marco
Antônio Hilário de Oliveira um logradouro público localizado no Bairro
Farrapos.
PROC. 2739/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 165/97, de autoria do Ver. João
Carlos Nedel, que denomina Praça Monsenhor Alberto Nejar um logradouro público
localizado no Bairro Farrapos.
2ª SESSÃO
PROC. 2600/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 156/97, de autoria do Ver. Nede Soares, que autoriza o Executivo Municipal
a implantar, nas escolas de primeiro grau do Município, a disciplina de
Planejamento Familiar.
PROC. 2706/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 162/97, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina Praça André
Forster um logradouro irregular localizado no Bairro Petrópolis.
PROC. 2727/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/97, que autoriza o Poder
Executivo Municipal a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica
Federal - CEF, visando à implementação, no Município de Porto Alegre, do Programa de Saneamento -
PRÓ-SANEAMENTO.
PROC. 2728/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/97, que autoriza o Poder
Executivo Municipal a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica
Federal visando à implementação, no
Município de Porto Alegre, do Programa
PRÓ-MORADIA.
PROC. 2729/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/97, que autoriza o Departamento
Municipal de Água e Esgotos - DMAE a contratar operação de crédito com a Caixa
Econômica Federal - CEF, visando à implementação, no Município de Porto Alegre,
do Programa de Saneamento - PRÓ-SANEAMENTO.
3ª SESSÃO
PROC. 0507/93 - SUBSTITUTIVO Nº 02 ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 010/93, de autoria do Ver. João Motta, que
estabelece diretrizes gerais de fomento à construção habitacional, realização
de melhoria, expansão de infra-estrutura e equipamentos urbanos e saneamento
destinados às cooperativas habitacionais autogestionárias e populares no
Município de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. 2634/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 157/97, de autoria do Ver. Décio
Schauren, que denomina Rua Nelson Duarte Brochado um logradouro irregular
localizado na Vila São Judas Tadeu, no Bairro Partenon.
PROC. 2635/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 027/97, de autoria do Ver. Isaac
Ainhorn, que concede a Comenda Pedro Weingärtner à artista plástica Paulina
Laks Eizirik.
PROC. 2670/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 160/97, de autoria do Ver. Nereu
D’Ávila, que altera dispositivos da Lei nº 3187, de 24 de outubro de 1968, que
estabelece normas para a exploração do Comércio Ambulante, e dá outras
providências.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. João Dib, para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Vou voltar
a informar que nunca faltei a nenhuma
das Sessões. Diariamente requisitei ao Presidente da Comissão que fizesse a
última Sessão, na qual, lamentavelmente, não compareci, mas estranho que
havendo 5 Vereadores haja 7 assinaturas. Tudo legal e regimental e, como diria
o outro, saúde e paz.
Fiz uma análise das receitas da Prefeitura até o dia 30 de julho e
constato que ela arrecadou 61.9 do previsto para arrecadar durante o ano.
Faltam 5 meses. Se eu considerar alguns dados, como por exemplo receitas de
capital, onde a Prefeitura só utilizou
6%, eu já posso passar esses 6%, com os três Projetos que serão aqui aprovados,
para os quais já pedi urgência, para 38%. A Prefeitura, portanto, está com
muito dinheiro. Muito dinheiro, mesmo,
até para fazer a propaganda, não mais da Prefeitura, mas da área metropolitana.
O Sr. Juarez
Pinheiro: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. sabe da diferenciação
no Orçamento, como ex-Prefeito, com sete mandatos como Vereador, como membro da
CEFOR: despesas correntes e despesas de capital têm diferenciações. A receita de capital jamais pode ser
utilizada para custeio de uma despesa corrente. Muito obrigado.
O SR. JOÃO
DIB:
Aprendi agora. Na realidade, o meu gráfico de receitas tem receitas correntes e
receitas de capital. Se eu tirar apenas nas receitas correntes, a Prefeitura
realizou 67% do orçamento. É pior. Coloquei tudo, até porque, agora, vai
acrescer em alguns milhões de reais, que faço votos sejam realmente entregues
para interesse público, benefício da população. Não como aquele IPTU, que
aumentou 33% .
O DMAE, o DEMHAB e o DEP
pretendem três financiamentos que a minha Bancada já havia na semana passada
estudado, antes de entrarem em Pauta, por isso hoje estamos pedindo urgência, e
muito bem apresentados, o que não posso dizer em relação aos 154 milhões onde está
a III Perimetral, pavimentação comunitária, reformas institucionais, melhorias de não sei quantos - isso não posso
dizer. Sou um Vereador que só sei ser
Vereador. É por isso que, ás vezes, sou desagradável, venho todos os dias na
Câmara, venho de manhã, venho de tarde, se me chamarem de noite, eu venho também. Não falho. De repente eu começo a
ler os números examinar os processos e peço vista aos dados da Comissão
Especial que tratou do caso Morelli, até para desmentir os que aqui estiveram ,
na tribuna, me chamando de Antônio Dib,
isso para orgulho meu, porque Antônio Dib era meu pai. Eu fico muito
contente de poder ajudar a administrar esta Cidade com a tranqüilidade de quem
sabe como se deve fazer oposição. A minha Bancada é de oposição sim mas de
oposição construtiva e não sistemática, como o são as outras bancadas de
oposição. Nós só queremos construir.
Para destruir não viemos aqui. Na sexta-feira, por exemplo, propus que
se pedisse urgência para dois ou três projetos, porque a urgência é o caminho
mais urgente - como diria o ministro Magri -
para atender aos anseios da Prefeitura e da coletividade que necessita
de mais água, mais esgoto e mais habitação.
Então, mais tranqüilo,
agora, eu digo: saúde e paz. E isso
sempre sai do fundo do coração - às vezes com alguma irritação, mas sempre com
uma oração, uma mensagem - porque quero que todos tenham saúde e possam viver
em paz. Agora, para que se tenha paz é
necessário uma consciência tranqüila, e essa eu tenho. Portanto, saúde e
paz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A
Presidência responde o questionamento do Ver. Nereu D’Ávila sobre a convocação
da reunião da Comissão Especial que examinou o relatório final. Fomos informados pela secretária da
Comissão, Sra. Ingrid que todos os Vereadores integrantes da Comissão
foram convocados, por escrito, com recibo assinado, na sexta-feira.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Eu
não recebi e não assinei a convocação.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Cláudio Sebenelo, foi recebido pelo seu gabinete e assinado por um funcionário.
Ver. João Dib para uma
manifestação. ...
O SR. JOÃO
DIB: Fui
informado de que a convocação foi recebida ontem em meu gabinete, apenas não me
entregaram. Mas ninguém é culpado.
O SR.
PRESIDENTE: Para uma Comunicação de Líder tem a palavra o
Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Pedi a essa Comissão Especial, que está
encerrando seus trabalhos praticamente agora, para que ela pudesse averiguar se
havia algum tipo de verdade numa afirmação que fazíamos desta tribuna com relação a negociações
existentes em matéria de votos aqui neste Plenário. O Ver. João Dib, indicado
para relator da questão, disse em determinado momento que ele se afastava da
relatoria e que iria dizer quais os motivos que o levavam a se afastar dessa
missão que os Vereadores da Comissão haviam lhe dado. Devo declarar que lá no
início da Comissão, atendendo a pedidos de Vereadores da bancada situacionista,
resolvi não participar da Comissão e por isso mesmo dar à Comissão todo espaço
suficiente para que ela pudesse trabalhar sem que houvesse qualquer tipo de
pressão através deste Vereador. Nenhum dos Vereadores que integram a Comissão
recebeu deste Vereador algum tipo de solicitação. Não pedi para que
pressionassem, que fossem buscar provas, pressionassem testemunhas, não falei
absolutamente nada. Deixei que os trabalhos transcorressem da maneira como a
Comissão resolvesse.
Foi designado o Ver. Lauro
Hagemann para que fizesse o parecer. E nada tenho contra qualquer Vereador
desta Casa. O Ver. Lauro Hagemann para mim sempre foi uma pessoa decente,
honesta e eu realmente não poderia tecer nenhum comentário desairoso ao Ver.
Lauro Hagemann. Só que ele pertence ao bloco de situação. E parece-me contrário
ao bom senso que o Vereador da situação dê um parecer sobre alguma coisa que
pode atingir exatamente a situação. Então, apesar de o Ver. Lauro Hagemann ser
uma pessoa honesta, isenta, bom
vereador, bom político, bom parlamentar, é alguém ligado ao bloco da situação.
E no parecer, que ainda não está aprovado mas está para ser apreciado pelos
outros Vereadores, diz que a Comissão vai ser encerrada por falta de provas.
Eu gostaria de colocar para
este Plenário que, dentro de um processo, são admitidos três tipos de provas:
documental, testemunhal e pericial. E eu pergunto aos Srs. Vereadores se nesse
processo nós tivemos provas testemunhais. Nós tivemos o Ex-Vereador Omar Ferri
como prova testemunhal e tivemos o Ex-Vereador Edi Morelli como prova
testemunhal. Então, não poderia o Relatório dizer que não existem provas dentro
do processo. Pode dizer que existe insuficiência de provas, pois isso é outra
coisa. Diz o Ex-Ver. Edi Morelli, como réu confesso, de acordo com o que diz
agora o Ver. Pedro Américo Leal, que existe um documento, que é o processo que
foi votado por esta Casa. Aquilo é prova documental. Então, com todo o respeito
que eu tenho por todos os Vereadores desta Casa, encerrar essa Comissão dizendo
no Relatório que não existem provas, é mostrar para a opinião pública que nós
temos falta de conhecimento do que sejam provas. Eu quero que V. Exas. debatam
com técnicos. O Ver. Edi Morelli é uma
pessoa que merece respeito, mas ele não técnico em processo judicial. Mas V.
Exa. é técnico Ver. Juarez Pinheiro e sabe exatamente o que estou dizendo aqui.
Não sou contrário que se
encerre a reunião e não sou contrário a que, de repente, os Vereadores possam
chegar a qualquer tipo de decisão, até mesmo essa decisão que foi proferida no
relatório do Ver. Lauro Hagemann, que acaba crucificando este Vereador, que foi
o autor do pronunciamento inicial. Acho que o Ver. Lauro Hagemann, com todo o
respeito que eu tenho, foi cruel com este Vereador. Não sou contrário a que
isto, realmente, possa continuar a existir no processo, mas seria uma prova de
ignorância desta Comissão encerrá-la dizendo que não existe prova. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Adeli Sell está com a palavra no período de Pauta.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Volto a esta tribuna para dar continuidade ao
debate, que iniciei na Sessão passada, sobre três importantes Projetos de Lei
do Executivo Municipal trazidos, aqui, pelos Srs. Diretores do DEP, do DMAE e
do DEMHAB. Trato, especificamente, do Projeto Pró-Saneamento. Como já coloquei
de outra feita é uma quantia de dinheiro substancial para melhorar a qualidade
de vida de nossa população.
No início da Administração
Popular, através de inúmeras reuniões de bairros da nossa Cidade, a população
decidiu que o saneamento básico era
determinante para melhorar a qualidade de vida desta Cidade.
Nós, até aqui, cumprimos
regiamente essas demandas da Cidade; assim foi a despoluição do Lami; assim foi
a obra da Ponta Grossa e, agora mais recentemente, as obras que estão sendo
realizadas no entorno do bairro Ipanema. Assim também são as inúmeras pequenas
obras feitas particularmente pelo DEP para resolver graves problemas de
escoamento de água na nossa Cidade. Isso dá, isso deu muita qualidade de vida. Mas, indiscutivelmente, como pude constatar em uma visita que fiz a um
bairro da Cidade, na sexta-feira, nós temos ainda muitos problemas a
enfrentar. A Cidade cresceu, nem sempre o fluxo da população foi
dirigido e organizado segundo um planejamento da Cidade até premido por condições econômicas. Hoje,
temos sim que responder mais e mais às questões sobre a qualidade de vida.
Por isso, achei de
fundamental importância o pronunciamento feito pelo Ver. João Dib. Ele concorda
que devemos, ainda na sexta-feira, pedir urgência para votar esses três
Projetos, pois teremos obras importantes, e citei algumas delas, mais
especificamente as obras do bairro São
Geraldo, bairro antigo da nossa Cidade - vi fotos que mostram os problemas que
há anos trazem inúmeros transtornos à Escola Sagrada Família e a outras
residências, às lojas da região.
Quero enfatizar também a
importância de um outro dos três Projetos, o Pró-Moradia que,
indiscutivelmente, não bastará apenas o
trabalho desta Administração; não bastará esse financiamento; haveremos de fazer
um movimento muito forte nesta Cidade para que os Poderes Públicos Estadual e
Federal também dêem a sua parcela de contribuição.
O Banco Nacional de
Habitação é coisa do passado; a COHAB é coisa do passado; a realidade é o
DEMHAB; a realidade é o esforço desta municipalidade. Mas nós sabemos que a questão educacional, meu
caro Ver. José Valdir, V. Exa. sabe muito bem, como Presidente da CUTHAB, que
esta questão não se resolve apenas no âmbito do município de Porto Alegre. Sua
Comissão e esta Casa, mais o Departamento Municipal de Habitação, têm uma
enorme responsabilidade de, juntos reivindicarmos ao Governo Estadual e Federal
maior atenção para a questão habitacional na Capital dos gaúchos. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Falo sobre os projetos do Executivo
que se encontram na Pauta e que dizem respeito a contratações de financiamentos
destinados ao saneamento da Cidade e habitação popular. Falo por várias razões,
entre as quais, porque percebo que, mais uma vez, aquela situação que referi no
meu pronunciamento em Comunicação de Líder, me cria alguns obstáculos.
Ontem, a Casa,
simultaneamente, tinha na Comissão de Constituição e Justiça, a presença de
técnicos do DEMHAB, DEP, DMAE, do Diretor- Geral do Departamento Municipal de
Habitação, Ver. João Verle, e nós tínhamos que, naquele momento cumprindo como
dever de Vice-Presidente da Casa, presidir uma Sessão que se realizava no mesmo
momento. Soube que os técnicos do Município deixaram documentos, esclarecendo
vários aspectos relativamente a essa matéria. Eu diria que esse é o tipo de
assunto que, certamente, nos trará sempre à tribuna, que irá nos ocupar a
atenção, que irá justificar até mesmo algumas correções nos processos, mas que,
afinal, redundará, como sempre redunda, na aprovação da Casa que nunca, em
momento algum, negou a possibilidade de recursos ao Executivo Municipal. É
evidente que o inteligente discurso do Ver. Adeli Sell, acerca do tema, poderia
nos levar, inclusive, a uma digressão. Nós somos daqueles que na época mais
dura, quando o Banco Nacional de Habitação era apresentado como sinônimo de
todos os males e das mazelas desta Nação, ousávamos defendê-lo, dizendo que ele
criava alternativas positivas para a sociedade, desde que os instrumentos que
dele se utilizasse fosse eficiente e eficaz.
O Departamento Municipal de
Habitação era considerado pelo próprio sistema como o melhor agente na área de
habitação popular, porque Porto Alegre tem uma tradição histórica nesse
particular, desde os idos tempos do prefeito Ildo Meneghetti, quando se criava
aqui o Departamento Municipal de Casa
Popular. Eram, progressivamente, instalados núcleos habitacionais no Sarandi,
no Paço das Pedras, na Batista Xavier, na Vila São José e em tantos outros
lugares de Porto Alegre, quando sequer
se pensava em ter uma instituição financeira em nível nacional que desse
suporte à realização desse tipo de programa. Agora, além de gizar a
circunstância de que para nós, extremamente preocupante, no mês de setembro o
DEMHAB esteja pedindo autorização para contratar financiamentos, que já haviam
sido anunciados no orçamento, aprovado por nós no ano anterior e que havia,
inclusive, justificado o discurso do prefeito Tarso Genro, na ocasião, que este
ano seria o ano da habitação popular, preocupa-me essa circunstância porque,
certamente, contratados os financiamentos nesse momento, certamente eles não
haverão de produzir efeitos ainda durante este exercício administrativo, o que
transformará o anunciado ano da administração no ano das grandes intenções, dos
grandes discursos, dos belos pronunciamentos, mas de pouca produtividade, no
sentido de, efetivamente, debelar a crescente crise na área da habitação, que
transforma esse problema no grande drama urbano da Cidade de Porto Alegre nos
tempos modernos, nesta Cidade de Porto Alegre que, tradicionalmente, tem
oferecido respostas prontas e objetivas a essa necessidade.
Por isso, Sr. Presidente, eu
aproveito o ensejo da discussão de Pauta para fazer esse registro, dizendo que,
evidentemente, com ou sem os esclarecimentos que vão chegar às minhas mãos,
estarei na linha daqueles que vão lutar por recursos para o Departamento
Municipal de Habitação, como lutei no ano passado, no ano retrasado e como luto
sempre, mas tenho esperança de que não
sejam mais anúncios que não se realizam e que, a curto prazo, eu possa ver
crescerem e surgirem as alternativas habitacionais das quais tanto carece a
sofrida gente que habita a periferia de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Gerson Almeida está com a palavra para uma Comunicação de Liderança pelo
PT.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Eu quero falar em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores
sobre o tema que trouxe, aqui, várias lideranças: o relatório da Comissão
Especial criada neste Legislativo, cujo trabalho já tinha, inclusive, o seu tempo
regimental ultrapassado e que, ontem, recebeu o relatório do caro Ver. Lauro
Hagemann.
Em primeiro lugar quero
dizer que a Bancada do Partido dos Trabalhadores era contra a instalação dessa
Comissão. Dissemos isso para o Plenário inteiro. Nós achávamos que não havia
motivo suficiente para instalar uma comissão
na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Mesmo sendo contra, a Bancada
viabilizou a sua realização, indicou três Vereadores - João Motta, Juarez
Pinheiro e este Vereador - para acompanhar os trabalhos e participar da
Comissão. Nós estivemos em todas as reuniões, participando ativamente, para
viabilizar o melhor trabalho possível. Nós não presidimos a Comissão, nós não
tivemos a vice-presidência da Comissão, nós não indicamos o relator da Comissão.
Por quê? Porque nós queríamos não só ser honestos, nós queremos também parecer
honestos.
No entanto, até agora, a única Bancada que ficou sob suspeição,
que ficou exposta à execração pública foi a Bancada situacionista, porque, a
rigor, é sobre ela que caíram as suspeitas de usar procedimentos e posturas
inaceitáveis, que nós não aceitamos, e o que nós combatemos. Fomos nós que
tivemos nossa credibilidade colocada em questão. É preciso que os processos
tenham início, meio e fim, e o fim tem que estar subordinado a esse Processo,
ao seu curso, ao que ele produziu ou deixou de produzir, e não a preconceitos,
a opiniões pré-concebidas que, independente do que as pessoas aqui falaram, do
que as pessoas aqui disseram, já está feito o resultado.
O que produziu essa Comissão, seriamente conduzida pelo Ver. Nereu
D'Ávila, com quem inclusive tivemos discordâncias em vários momentos durante o
encaminhamento da Comissão, o que produziu foi exatamente a demonstração de que
eram infundadas, e não havia nenhuma sustentação às denúncias feitas. Isso,
todos nós que participamos da Comissão, haveremos de convir. Se a Comissão, se
os depoimentos que propuseram, chegaram a essa conclusão é evidente que o
relatório feito pelo sério Vereador, de reputação ilibada, que é o Ver. Lauro
Hagemann, que foi pego de surpresa, porque no meio do caminho teve que assumir
uma tarefa que não era a sua, o fez em nome da Casa, e por unanimidade dos
membros da Comissão, e assumiu a responsabilidade, e fez um relatório, a meu
juízo, correto, sério e que é espelhado não por uma prévia opinião, mas
espelhado por aquilo que está nos autos.
Não de um processo judicial, porque ninguém é perito judicial aqui
na Câmara de Vereadores, até porque a Comissão não era uma comissão judicial,
nunca teve essa característica. Era uma Comissão Especial da Câmara e tinha
essa condição. Portanto, o relatório é correto, o relatório restabelece a
verdade, o relatório recoloca a questão, independentemente, queiramos, ou não,
fazer disputa política com ele. A justiça e a verdade têm que ter uma autonomia
em relação às vontades dos partidos, caso contrário dificilmente poderemos
estabelecer acordos mais gerais, porque a verdade não pode se subordinar à
tentativa de fatos políticos, ou escaramuças momentâneas. Se hoje beneficia um
grupo, um partido , um setor, amanhã se voltará contra ele.
Portanto, viver e ser conduzido por normas e regras
democraticamente construídas é fundamental, não para a maioria ou minoria, mas
para todos, porque é isso que garante que ao rolar uma onda favorável ou
contrária não sejamos afogados, mesmo que tenhamos razão. E o relatório do Ver.
Lauro Hagemann recompõe não a verdade de um, mas a verdade da Casa e o
procedimento adequado que ela sempre teve. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra. Desiste.
O Ver. José Valdir está com a palavra, para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ
VALDIR: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Eu discuto o Projeto nº 156 que pretende
introduzir a disciplina de planejamento familiar nas escolas de primeiro grau
do Município.
Quero deixar bem claro que
sou contra esse Projeto não apenas pelo enfoque dado às causas da miséria e
pobreza no nosso País. O Projeto induz a que a causa da miséria e da pobreza,
em países do terceiro mundo, seja a cultural derivada do número de filhos,
quando sabemos que a causa do crescimento demográfico acelerado nesses países é
muito mais uma questão econômica, tanto é que os países do 1º Mundo ou nos
países que se desenvolveram e fizeram a distribuição de renda, automaticamente,
a taxa de natalidade caiu.
Mas sou contra esse Projeto
pela questão do currículo, em si, e pelo desrespeito que, muitas vezes, se
comete em relação à escola e aos profissionais da educação. Currículo é coisa
muito séria, currículo está previsto, disciplinado no art.26 da Lei de
Diretrizes e Bases, da LDB, que estabelece que o currículo das escolas, sejam
elas públicas ou particulares, tem que ter uma base nacional, que é exatamente
para criar uma unidade, um padrão em nível nacional e tem que ter uma parte
diversificada que esta, sim, pode ser modificada para atender as peculiaridades regionais e locais. Ao
reformularmos no currículo temos que levar em conta, também, os avanços da
ciência pedagógica, tão importante, quanto os avanços da ciência médica.
Portanto, mexer em currículo não é para qualquer um. Mesmo quando a gente, por
exemplo, faz a discussão com a comunidade, essa discussão tem que estar
fundamentada, tem que estar inspecionada por técnicos no assunto. Em segundo lugar, esta Casa, em decorrência
disso, não pode mais cometer o erro de querer pretender modificar o currículo
ou qualquer currículo das escolas à mercê de vontades individuais, de vontades
políticas de Vereadores.
Na primeira Legislatura que
estive aqui, nós fizemos, em um ano, 12 Projetos tentando modificar o currículo
das escolas. Lembro-me de algumas proposições, propondo o estudo da raça negra,
propondo ecologia, propondo a questão do trânsito, propondo introduzir a
questão da mulher, a cultura latino-america. Todas questões importantes e,
muitas das quais, tratadas, de alguma maneira, nos conteúdos dos próprios
currículos das escolas. Por que isso? Porque muitas eram determinadas por
preocupações justas e outras determinadas por apetites eleitorais para agradar
uma ou outra facção do eleitorado e modificando o currículo das escolas. Essa
visão que pretende a qualquer momento apresentar esse tipo de proposição, parte
de uma análise simplista da realidade, muitas vezes, de que tem um problema e a
causa desse problema é cultural, é educativa E quase todos os problemas têm uma
interface com a questão educacional, portanto, a solução é introduzir alguma
matéria no currículo para os professores aplicarem, desconhecendo esses
aspectos sérios, técnicos do currículo e pretendendo interferir na atuação dos profissionais da educação.
Eu considero esse tipo de
projeto, projeto não-sério. Projeto que desrespeita os profissionais da
educação, como não se ousa fazer, por exemplo, com os médicos. E isso acaba por
proporcionar um desserviço à educação, à escola pública, porque cria uma
impotência no currículo, porque se todos esses projetos fossem aprovados por
esta Casa o currículo das escolas se tornaria inadministrável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Para discutir a Pauta, o Ver. Renato Guimarães.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, gostaria de me somar à
intervenção do Ver. José Valdir, com relação ao Projeto do planejamento
familiar, dizendo que, no meu entendimento essa discussão do planejamento
familiar ela tem que perder o cunho ideológico, moral e temos que discutir de
fato as conseqüências do problema sócio-econômico deste País. Não podemos
partir para a discussão do planejamento familiar a fim de se fazer o que se
faz, hoje, no Nordeste, que é esterilização em massa das, mulheres para elas
não poderem ter mais filhos.
Mas entraria no meu
comentário principal sobre a Pauta
aqui, com relação ao projeto que autoriza o Executivo a contratar operação de
crédito junto a Caixa Econômica Federal com o Programa Pró-Moradia. Eu gostaria
de dizer, principalmente ao Ver.
Reginaldo Pujol, que foi quem
abordou esse tema com a profundidade necessária aqui na Casa. Sei que os
problemas de moradia no País são problemas bastante complexos.
A questão da habitação no
País é uma questão bastante complexa. Digo isso por algumas razões que tentarei
colocar. Nós acabamo-nos repetindo, pois quando falamos em saúde, fala-se em financiamento para a saúde, e quando falamos em habitação, nos
obrigamos a falar em financiamento para a habitação. Dou um exemplo do que
sente o trabalhador quanto a estes problemas de moradia. Um vizinho meu, do
bairro Bom Jesus, me disse uma vez que leu em uma placa na Rua Anita Garibaldi,
num prédio bonito, para rico e que ele não havia entendido bem, pois na placa
estava escrito que havia financiamento da Caixa Econômica Federal, Fundo de
Garantia - FGTS. Ele me disse : "Mas como é isto, Renato, esse Fundo não é
para financiar moradia popular? Como é que está esta placa lá, que a Caixa
Econômica Federal estaria financiando este prédio lá na Anita.”
Aí eu tive que explicar a
ele que temos problemas sérios, hoje, relativos a financiamentos para a
habitação
O SR. GERSON
ALMEIDA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, fugindo da minha forma de ser, mas tenho assistido o
empenho da Mesa em relação ao barulho deste Plenário que está-se tornando
insuportável. Este é o segundo orador que tenho tentado escutar e não consigo
acompanhar. Depois de uma hora e meia
assim, a vontade que se tem é de
sair do Plenário, por que não dá mais vontade de trabalhar neste recinto.
Gostaríamos de chegar a um acordo em relação a esta questão.
O SR.
PRESIDENTE: Vamos
ter que conversar sério, porque existem Vereadores que acreditam que não
adianta. Acho que adianta. É uma questão de fazer ou não fazer silêncio. Muito
obrigado.
A palavra retorna ao Ver.
Renato Guimarães.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
Gostaria de dizer que tiro desse exemplo que me foi dado por esse morador o
fato de que são poucos os exemplos no País de financiamentos para moradia
popular nos últimos anos vindos da Caixa Econômica Federal. O Pró-Moradia é um
desses exemplos e há ainda outros em Porto Alegre que estão sendo
desenvolvidos. R
Registro a preocupação para
que se insista mais na questão dos recursos do fundo de garantia, os recursos
arrecadados com as loterias para que, de fato, sejam direcionados para os
projetos de moradias populares e não para financiar outros projetos que servem às
classes mais favorecidas, que certamente teriam condições de buscar
financiamento no sistema privado.
Hoje os recursos que a Caixa Econômica Federal dispõe para
financiar a habitação popular são muito pequenos e precisam ser ampliados. E é
uma pena que os Vereadores Cláudio Sebenelo e Reginaldo Pujol não tenham
prestado a atenção neste pronunciamento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Srs.
Vereadores, a Mesa informa que no dia 19 de setembro, às 9 horas, conforme
sugestão da Comissão de Saúde, o Ver. Cláudio Sebenelo estará representando a
Casa no painel que tratará do controle do Sistema Único de Saúde na esfera
federal que ocorrerá no auditório do fórum da Justiça Federal de Porto Alegre.
E está assinado pela Procuradora Regional
dos Direitos do Cidadão Sra. Ieda Lamenzon.
Também informamos ao Ver.
João Dib, que solicitou um parecer sobre a necessidade de autorização desta
Casa para que o Vice-Prefeito viaje ao exterior. O Parecer foi feito pela Douta
Procuradoria, assinado pela Dra. Marion Alimena e é absolutamente claro que as
licenças para o vice-prefeito têm o mesmo procedimento das do Prefeito. E V.
Exa. já recebeu em mãos uma cópia do Parecer.
Passamos à verificação de
quórum para entrarmos na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE
(Reginaldo Pujol): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
PROC. 3209/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 179/96, de autoria do Ver. Henrique Fontana, que denomina
Rua Beth Sangoi um logradouro público localizado junto ao nº 3850 da Estrada
João de Oliveira Remião, no Bairro Lomba do Pinheiro. Com Emenda nº 01.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CECE. Relator Ver.
Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver.
Paulo Brum: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- adiada a discussão por uma
Sessão.
O SR.
PRESIDENTE:
Em discussão.(Pausa.) Em votação. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra
para encaminhar.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, destaco que pedi o desarquivamento desse
Processo do companheiro Henrique Fontana, por sua própria solicitação e de
companheiros ligados ao Movimento em Defesa da Vida. Registro a presença da
companheira Alice, representante desse Movimento, e do Sr. Nélson Sangoi, pai
de Beth Sangoi.
Não tive a oportunidade de
conviver com a Beth, mas pelo que ouvi dos companheiros do Movimento em Defesa
da Vida a respeito dela, gostaria de ter tido essa oportunidade. Penso que o
Movimento em Defesa da Vida acabou nos aproximando. Durante a campanha,
aproximei-me de companheiros do Movimento em Defesa da Vida, que a Beth Sangoi
ajudou a construir, e acabei me aproximando desse pessoal e conheço o seu
trabalho. Gostaria de dizer que me sinto bastante grato em poder vir dizer isso
aqui porque a companheira Beth Sangoi ajudou a reativar um dos principais
serviços que esta Cidade tem hoje, que é o Lar São José, que atende adolescentes
grávidas com risco social e pessoal. Entendo que essa função que essa casa
executa é de grande interesse para a Cidade, e a companheira teve grande papel
nisso.
Para finalizar, digo que não
só os moradores dessa rua lá na Lomba do Pinheiro, que está recebendo o nome de
Beth Sangoi se honram de, a partir de hoje, contar com essa denominação no seu
endereço, mas acredito que nós todos cidadãos de Porto Alegre, nos honramos.
Nomes de pessoas que fazem esse tipo de luta, a luta em defesa da vida, a luta em
defesa das pessoas necessitadas desta Cidade, é que devem constar na nominação
de nossas praças e ruas. É com essa satisfação que nós, em nome do companheiro
Henrique Fontana, que foi o proponente, em nome da família, em nome do
Movimento em Defesa da Vida, registramos aqui que a Cidade hoje está de
parabéns por receber esse nome numa rua da Lomba do Pinheiro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra,
para encaminhar o PLL nº 179/96.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Senhor
Presidente e Srs. Vereadores. É com
emoção que participo deste momento em que vejo a Cidade homenagear de Beth
Sangoi dando seu nome a uma rua de nossa Cidade. Realmente, é muito bom
homenagear uma pessoa que ajudou a construir esta Cidade, mas essa foi uma
construção diferente. Apesar de ter sido arquiteta, ela ajudou a construir
pessoas, ajudou a construir vidas, atuando no Movimento Emaús que nós, aqui, na
semana passada, homenageamos pelos seus 25 anos de fundação, em Porto Alegre.
Nesse Movimento, ela transformou pessoas, ela construiu vidas. Depois, pela sua
formação, desenvolveu os seus talentos e colocou esses talentos em defesa da
vida, em defesa desse outro Movimento que tanto luta pela vida, a vida desde a
sua concepção. E devo deixar muito claro: ela lutou pela vida desde a
concepção, pela vida integral, defendendo, principalmente, pessoas que não têm
direito à defesa, pessoas ainda não- nascidas, as pessoas que não têm quem as
defendam. Mas, Beth Sangoi, neste Movimento em Defesa da Vida, lutou pela sua
defesa.
Hoje, quando o nosso País
passa por imensas dificuldades, éticas e morais, eu vejo a importância desta
homenagem à Beth, que eu, com muita tristeza, acompanhei os seus últimos
momentos. Eu vejo o quanto é importante esta homenagem à Beth. Que fiquem
gravadas, nesta Cidade, a luta, e a defesa que ela fez pelo o nosso maior
bem, que é justamente a vida. Parabéns aos proponentes e parabéns a Porto
Alegre por ter uma rua com o nome de Beth Sangoi. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz ): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, fui relator dessa matéria
na Comissão de Constituição e Justiça e lá me restringi aos aspectos legais e
técnicos que envolvem a propositura, de
vez que essa é a limitação que nos impõe o Regimento da Casa. Na ocasião, não
me referi ao mérito da proposta do
nosso ilustrado Ver. Henrique Fontana, hoje Secretário Municipal de Saúde, que
no dia 31 de dezembro de 1996, como que
a se despedir, protocolou o Projeto, que foi arquivado por força do art.108 do
Regimento da Casa tendo, pela diligência do Ver. Renato Guimarães, sido retomada a sua tramitação, com conseqüente desarquivamento.
Os dois pronunciamentos do
diligente Vereador que propiciou que a matéria retomasse os seus trâmites e do ilustre Ver. João Carlos Cavalheiro
Nedel, dispensam qualquer comentário.
Eu tinha acentuado no meu
parecer que me reservaria a opinar
sobre o mérito da proposta quando da
ocasião oportuna, e ela surge neste momento. O que tenho a aduzir é a
circunstância de que o Ver. Fontana, a fim de poder levar a termo a sua
intenção, teve que se submeter a algumas regras estabelecidas na legislação ordinária, que determina, inclusive,
que exista um abaixo-assinado por parte dos moradores da rua não-cadastrada a
ser denominada, coisa que, às vezes, gera um tipo de confusão, porque as
pessoas dessas ruas não conhecem o vulto, o valor e a qualidade das pessoas que
estão a receber a homenagem póstuma.
É imposição de lei que só
ocorra esse tipo de homenagem após o decurso de 90 dias do falecimento da
pessoa a ser homenageada. Esta Casa vai
aprovar o Projeto de Lei e, junto com ele, a Emenda do Ver. Renato Guimarães
que, de certa forma, permite uma informação aos moradores da Lomba do Pinheiro,
que terão a primazia de sediar essa artéria que será denominada com o nome da
Sra. Beth Sangoi.
Diz a emenda nº 1:
"Militante do movimento em defesa da vida". É o que se pretende que
seja colocado na placa sinalizadora da rua Beth Sangoi. Os humanistas como nós,
especialmente, os humanistas liberais, entendem que os dois maiores valores que
nós temos a preservar na nossa passagem pela terra é a vida e a liberdade, porque
viver sem liberdade é quase que não viver. Eu percebo, na sumariedade da
exposição de motivos, que a homenageada viveu com liberdade, com liberdade para
buscar a realização dos seus
propósitos, dos seus intentos, das suas posições e das suas vocações no trabalho desenvolvido nos EMAUs e também
na própria Eco-92 com o tema "Defesa da Vida", que ela teve a
oportunidade de desenvolver na época. Por isso, retirando a tecnicidade que
caracterizou a minha manifestação na Comissão de Constituição e Justiça, eu
venho aqui dar as razões pelas quais, com a maior tranqüilidade, com a maior
segurança, irei votar com o Projeto e com a emenda. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação nominal, por solicitação do Ver. Pedro Ruas, o PLL
nº 179/96. (Após a chamada.) APROVADO
por 22 SIM.
Em votação a Emenda nº 1 ao
PLL nº 179/96. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Gostaríamos de cumprimentar
os familiares, na pessoa do pai da Sra. Elizabeth, Sr. Nelson Sangoi, da Sra.
Alice Bitencourt, que representa o Movimento pela Vida.
Foi muito importante para nós fazer esta homenagem para uma
pessoa que prestou relevantes serviços
à nossa comunidade e, em especial, na
área social, na luta pela vida. Parabéns a todos os senhores, familiares e
comunidade.
PROC. 1370/97 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 078/97, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina
Praça Firmino Sá Brito Cardoso um logradouro público localizado no loteamento
Jardim Vila Nova, no Bairro Vila Nova.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver.
Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Vera..
Anamaria Negroni: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver.
Décio Schauren: pela aprovação do Projeto.
O SR.
PRESIDENTE:
Antes de abrirmos espaço para a discussão deste Projeto a Mesa se sente no
direito de, se assim for permitido,
dizer que uma das pessoas que mais conviveu neste Plenário, nos últimos anos, foi esse cidadão que estamos
tendo a honra e o prazer de homenagear. O Sr. Firmino Sá Brito Cardoso era
chamado de embaixador da ARI nesta
Casa.
Em discussão o PLL nº
078/97. Encerrada a discussão. Em votação.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente, eu gostaria de registrar a falha deste Vereador, que deveria ter
feito o encaminhamento. No ano de 1994, quando presidíamos esta Casa,
convivemos muito com o Firmino Cardoso, ele realmente era uma espécie de embaixador dos jornalistas, não só da
ARI, mas de todos os jornalistas
nesta Casa. Em todas as Sessões
Solenes, em todos os momentos de
destaque, aqui estava o Sr. Firmino Sá Brito Cardoso representando os jornalistas.
O SR.
PRESIDENTE: V. Exa.
fazendo o encaminhamento em nome de toda a Casa também o faz em nome
do PTB.
Consideramos que é muito importante este momento pois ele estava
sempre conosco, é inesquecível a imagem, a figura, a personalidade dele.
O SR. JOÃO
DIB: Faço
minhas as palavras do Ver. Luiz Braz, em nome da minha Bancada.
O SR.
PRESIDENTE: Acredito que todos os Vereadores estão de
acordo quanto a aprovação do presente Projeto.
Em votação. Os Senhores
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. APROVADO o PLL nº 078/97.
PROC. 1388/97- PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 080/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que denomina Rua Prof. Aldo Carlitos
Potrich um logradouro público localizado no Bairro Partenon. Com Emenda nº 01.
Pareceres -
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Carlos Garcia está com a palavra para encaminhar, como autor do PLL nº
080/97.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, em primeiro lugar vou explicar a solicitação do
Destaque. É que o nome do professor homenageado é Aldo Carlitos Potrich. Como
foi o nosso primeiro projeto em termos de rua, nós havíamos colocado o nome na
íntegra e fizemos o Destaque suprimindo o nome 'Carlitos'. Então ficou Aldo
Potrich. Este foi o motivo do Destaque
Gostaríamos de fazer um
rápido relato de quem foi o professor Aldo Potrich. Ele trabalhou toda a sua
vida na área do deficiente mental e deficiente físico. Foi Diretor do Instituto
Educacional Nazaré; foi pioneiro na criação do desporto para cadeira de rodas
no Rio Grande do Sul; foi Diretor do Departamento de Deficientes Físicos em
cadeira de rodas, foi professor para pessoas portadoras de deficiência nas
faculdades IPA, PUC e ULBRA, onde atuou
até o momento de falecer. A dedicação e o dinamismo empregados em benefício dos
portadores de deficiência física foram sua marca. Foi um homem altruísta que
lutou pelos seus semelhantes, principalmente o deficiente. O professor Aldo
Potrich deixou um legado de exemplos pela dedicação humana, solidária e
fraterna a todos que a ele recorreram.
Consideramos justa a
homenagem referendada na proposta que é submetida aos Vereadores. Portanto,
solicitamos que os Vereadores dêem o apoio merecido a esse homem que lutou toda
a sua vida em prol dos deficientes. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa informa que existe o Destaque. Nós votamos o Projeto e depois o Destaque.
No Destaque, por solicitação do próprio autor, temos que votar não, para
retirar a palavra 'Carlitos'. E depois há uma Emenda que trata de colocar os
dizeres na placa denominativa, que conterá, abaixo do nome, a seguinte
expressão: "Dedicou sua vida aos portadores de deficiência física".
Em votação ao PLL 080/97. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em votação o Destaque. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
Em votação a Emenda nº 1. Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, por unanimidade.
PROC. 1543/97 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 096/97, de autoria da Vera.. Sonia Santos, que denomina Rua
General Arthur Floriano de Toledo
Júnior um logradouro público localizado no Bairro Nonoai. Com Emenda nº 01.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Elói
Guimarães: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator Vera..
Anamaria Negroni: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relator Vera..
Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO, por unanimidade.
Em votação a Emenda nº 1.Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, por
unanimidade.
PROC. 1574/97 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 099/97, de autoria da Ver. Luiz Braz, que declara de utilidade pública a (ASBECAM).
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver.
Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver.
Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão o PLL nº 099/97. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para
discutir.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. A Bancada do PT, discutindo o assunto, deixou em
aberto esta questão, mas este Vereador deseja fazer uma observação
relativamente a este Projeto de Lei.
Sabe-se que impostos, taxas,
de acordo com a Constituição vigente, são classificados como receitas
orçamentárias. Pesquisei, junto ao
Ex-Prefeito Ver. João Dib, e com o Ver. Guilherme Barbosa, e também por
experiência no trabalho com o Executivo, e verifiquei que a decretação de um
título de utilidade pública pode gerar redução no pagamento da taxa de água.
Nesse sentido, não cabe ao Vereador ter a iniciativa desse tipo de procedimento
de processo legislativo. É uma convicção que tenho. O título de utilidade
pública não pode ser iniciado por parlamentar. Além de a redução da receita
orçamentária, de acordo com a Constituição, ser proibida por iniciativa do
parlamento, há outras implicações de ordem constitucional e da Lei Orgânica, ou
seja, dispor sobre o funcionamento do
Poder Executivo.
Nada contra a entidade
receber o título de utilidade pública, proposto pelo Ver. Luiz Braz, e, sim,
contra o ferir o dispositivo constitucional e a Lei Orgânica que rege o
Município. Nesse sentido, posiciono-me contra,
não a decretação a essa entidade, mas à falta de cabimento jurídico.
Peço escusas, porque, por
ocasião da análise deste processo na Comissão de Constituição e Justiça, este
Vereador que, - inclusive, em processos de sua lavra, quando há vício constitucional vota contra - passou-se na leitura e na análise mais
apurada desse processo.
Então, posiciono-me contra,
não quanto ao mérito, mas contra o
método pela falta de competência para o início do processo legislativo.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para discutir o PLL nº 099/97.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Fui relator dessa matéria na Comissão
de Constituição e Justiça, onde a mesma foi aprovada por unanimidade. Agiu bem
a Comissão de Constituição e Justiça quando decidiu, porque esse Projeto tem
todos os requisitos legais pertinentes à espécie. Aliás, a Dra. Suzeane Bicca
Nespack, Procuradora da Casa, no seu Parecer prévio fez um alerta sobre a
ausência de alguns documentos exigidos na linha 'a' e 'd' do art. 1º, da Lei
2926, para declaração de utilidade pública. Esses documentos foram
diligentemente juntados pelo autor da matéria no período em que antecedeu a
vinda do Projeto para a análise da Comissão de Constituição e Justiça. Então, ele
chegou até nós rigorosamente em ordem.
Eu até saliento que o autor,
ciente da manifestação do órgão técnico, diligenciou na juntada de documentos
de fls. 27 a 44 e, por conseqüência, satisfez as exigências do Diploma Legal. O diligente Ver. Juarez Pinheiro,
como que um bandeirinha que anula um gol depois de terminado o prazo dos 90
minutos de jogo, traz uma alegação que nesse momento processual não pode,
sequer, prosperar, apesar de que eu ache que o diálogo aqui nesta Casa seja o
mais amplo possível. Aliás, com a maior lisura, entendo que é uma demasia a
preocupação do ilustre Ver. Juarez Pinheiro, dizendo que a declaração de
utilidade pública determinará reduções no pagamento da taxa da água. Eu diria,
Sr. Presidente, que a declaração de utilidade pública poderá ensejar essa
redução, que não é automática. O Ver. João Dib me corrige ou me confirma?
O Sr. João
Dib: V.
Exª. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) O artigo 3º. da Lei 2926,
que estabelece as condições para que se faça a decretação de utilidade pública
diz textualmente: "Nenhum favor do Município decorrerá do título de
utilidade pública". Mas a entidade poderá sim, em razão do imposto de
renda, receber doações e, talvez, por troca, receber benefícios no preço básico
da água.
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Perfeito, a verdade é que a simples declaração de utilidade pública coloca a
entidade em condição especial mas não determina, por si só, a redução de
qualquer tipo de contribuição que, em determinadas condições, pode lhe ser
concedida através de um procedimento necessário, como por exemplo, aquele que
estabelece em determinadas condições a isenção do IPTU até para pessoas físicas
que estejam na viuvez ou que comprovem rendam de até três salários mínimos, é
uma pré-condição não resolutiva.
O Sr. Juarez
Pinheiro:
V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Serei extremamente
breve. O benefício do preço-base é concedido para quem recebe a decretação de
utilidade pública, por conseqüência, isso reduz a receita orçamentária que
inclui impostos e taxas.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Mas, Ver. Juarez Pinheiro, nós estamos sendo de um rigor formal
absoluto, isso não é mais demasia, é um exagero. Existem regramentos internos
no DMAE que fixam os critérios de cobrança da sua taxa, e se esta concede algum
benefício às entidades de benemerência, àquelas de reconhecimento público, isso
não é "captis diminutio" da
ação legislativa.
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Pujol, o Ver. Gerson Almeida se
inscreve e cede seu tempo a V. Exa.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Fico muito grato ao Ver. Gerson Almeida. Agora não vai falar o
Vereador do PFL, vai falar um Vereador que integra este corpo legislativo.
Nós estamos correndo um risco muito sério de, de exagero em
exagero, de demasia em demasia, não ter
mais nada a fazer nesta Casa. A todo momento nós levantamos, Ver. Adeli, mais
um óbice à iniciativa legislativa. Nós tivemos, ao longo do tempo, dezenas,
centenas de iniciativas de Vereadores que, rigorosamente dentro da lei, propõem
a declaração de utilidade pública para determinada entidade que preenche o
requisito que a própria lei estabelece. De repente, num rasgo, num exagero de
legalismo, a predominar esse ponto de vista
Presidente, V. Exa., que zela pelas prerrogativas, Vereador nenhum vai
poder propor declaração de utilidade pública a nenhuma entidade.
Ora, Sr. Presidente, nós não
podemos rejeitar o Projeto sob esse fundamento com a discussão feita agora, no
apagar das luzes. Ainda que, pelo respeito que me merece a formação jurídica do
Ver. Juarez Pinheiro, eu entenda que essa discussão possa até ser feita, ele
não pode retroagir e não pode alterar um procedimento que tem sido tradicional
dentro da Casa - correto, no meu entendimento -, de que o Vereador é capaz, é
pessoa legítima, é pessoa com credenciais e com competência para propor esse
tipo de lei, e, agora, sob esse fundamento,
negar o direito a essa entidade, depois de a Casa ter concedido o
direito a inúmeras outras entidades, o que faria com que a ABESCAM, que é uma
sociedade beneficente - Cônego Antônio das Mercês - ficasse à mercê da sua
própria sorte.
Então, a todos se aplicou o
critério geral, a todos se aceitou, pacificamente, ao longo de todo esse tempo
em que vigora essa lei de que o Legislativo, através dos seus integrantes, é
competente para propor essa declaração de utilidade pública. Agora, quando
chegou a vez dessa associação cultural se levanta, no apagar das luzes, esse
óbice. É um risco, é um perigo.
O Sr. Juarez
Pinheiro:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol,
talvez esta pergunta seja necessária a V. Exa., pois quero saber se V. Exa.
entende que taxa de água é um recurso orçamentário ou não?
O SR.
REGINALDO PUJOL: Ora, Vereador, a expressão "orçamento" é absolutamente
ampla. As despesas da minha Casa fazem parte do orçamento da minha residência.
As despesas do meu edifício fazem parte do orçamento do meu condomínio. Nós não
podemos tomar, literalmente, algumas expressões, porque essas correm o risco de
gerar essa situação de demasia, que me preocupa que possa estar sendo criada no
caso concreto. A eventualidade de que uma entidade, declarada de utilidade
pública, possa receber um benefício do DMAE é uma possibilidade que é aberta a
outro tipo de entidade a talante da organização interna da autarquia do Município,
que segue regramentos próprios face a sua condição autárquica.
Por isso, Sr. Presidente, eu
queria com o maior carinho e com o maior respeito ao Ver. Juarez Pinheiro, que
é uma contribuição positiva que esta Casa, e especialmente a Comissão de Constituição
e Justiça, ganhou nesta Legislatura. Às vezes ele exagera, mas sempre preferi
que as pessoas pecassem por excesso e nunca pela omissão. O seu excesso de zelo
pode-nos impedir de cometer alguns equívocos irreparáveis, mas no caso, Ver.
Juarez Pinheiro, me permita, e com o maior carinho digo: há uma demasia. Nós
estamos adentrando às raias do exagero ao impedir que esta Casa, tranqüilamente
e dentro da legalidade, decrete a utilidade pública dessa entidade, cujos
méritos V. Exa., inclusive, ressaltou e reconheceu. Como é legal e regimental,
Sr. Presidente, vamos ao voto, e depois, se for o caso, vamos aprofundar numa
homenagem à correção e ao zelo do Ver. Juarez Pinheiro, para que não atinja
processos em andamentos, e para que não seja goro em impedimentos após o
término do tempo regulamentar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação nominal, por solicitação da
Vera. Maria do Rosário, o PLL nº
099/97. (Após a chamada.) APROVADO por 16 votos SIM, 4 votos NÃO o e 2 ABSTENÇÕES.
O SR. 1º
SECRETÁRIO:
Requerimento nº 227/97 de autoria do Ver. Gerson Almeida . Requer seja
convidado o Sr. José Eduardo Utzig, da Secretaria de Captação de Recursos para
esclarecer acerca do Proc. 2675/97, PLE
38/97 no dia 19.09.97.
O SR. PRESIDENTE:
Em votação
o Requerimento de autoria do Ver. Gerson Almeida. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. 1º
SECRETÁRIO:
Requerimento de autoria do Ver. Gerson Almeida para que seja considerado em
Regime de Urgência e submetido à reunião conjunta das comissões CCJ, CEFOR,
CUTHAB e COSMAM o PLE nº 035/97.
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. 1º
SECRETÁRIO:
Requerimento de autoria do Ver. João Dib, seja considerado em Regime de
Urgência e submetido à Reunião Conjunta da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECON, o
PLE nº 40/97.
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO por unanimidade.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento, seja
considerado em Regime de Urgência e submetido à Reunião Conjunta da CCJ, CEFOR,
CUTHAB e COSMAM, de autoria do Ver. João Dib, o PLE nº 39/97.
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
O SR. 1º
SECRETÁRIO:
Requerimento, seja considerado em Regime de Urgência e submetido à Reunião
Conjunta da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM, de autoria do Ver. João Dib, o PLE nº 41/97.
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.)
APROVADO por unanimidade.
O SR. 1º
SECRETÁRIO:
Requerimento nº 228/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, solicitando Moção de
Solidariedade ao Movimento de Coleta de Assinaturas em Prol da Emenda
Constitucional que garante o controle acionário da Companhia Riograndense de
Telecomunicações CRT.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Carlos Garcia está com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidentes, Srs. Vereadores, eu vou procurar ler na íntegra a Moção de Apoio.
(Lê.)
No início da Moção já diz
para quem deve ser enviado essa Moção de Apoio, está expresso no texto. Não vou
fazer justificativa.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com o voto contrário do Ver.
João Nedel.
Requerimento de Renovação
de votação, de autoria e justificativa do Ver. João Dib, do Requerimento nº
214/97. Moção de Repúdio ao Governo do Estado por ter entregue a administração
do Instituto Central de Menores - FEBEM
à Brigada Militar. Em votação. O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para encaminhar.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. No dia da votação desta Moção de Repúdio
houve o esvaziamento do Plenário, e, portanto, a dificuldade de votarmos. Dentro desse entendimento,
encaminhou-se um procedimento que não foi o mais correto. É do nosso
entendimento que essa Moção de Repúdio, que trata da intervenção da Brigada
Militar no Instituto Central de Menores, merece a discussão e o voto de todos
os Vereadores desta Casa.
Solicitamos que o Requerimento de Renovação de Votação do Ver. Dib
seja aprovado para que possamos, novamente, fazer a discussão e votação desse
processo. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação o Requerimento de Renovação de votação da Moção de Repúdio, do Ver. João Dib. Os Srs. Vereadores que estiverem de acordo permaneçam como estão.
(Pausa.) APROVADO, com voto contra
do Ver. Guilherme Barbosa.
Requerimento nº 193/97, de
autoria do Ver. Nereu D'Ávila que requer seja instalada Comissão Especial para
o acompanhamento e inserção deste Poder Legislativo no processo de
revitalização, remodelação e reformulação do centro de Porto Alegre.
O SR. REGINALDO
PUJOL (Esclarecimento): O Regimento da Casa
estabelece que não poderão funcionar mais do que três Comissões Especiais
simultaneamente. Pergunto a Mesa se já se verificou quantas comissões estão
funcionando hoje e se não esbarra nesse dispositivo regimental.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa fará essa verificação imediatamente, e, para isso, suspende os
trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos
às 17h01min.)
O SR.
PRESIDENTE (17h05min): Estão reabertos os trabalhos. Ver. Reginaldo Pujol, a Mesa, informa que
existem duas Comissões em funcionamento
e cabe a terceira.
O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para encaminhar.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, encaminho favoravelmente à formação dessa
Comissão Especial. Evidentemente tenho a preocupação de que não se forme muitas
Comissões Especiais e que se sobreponham às Comissões Permanentes da Casa.
No entanto há uma
preocupação do Executivo Municipal, que está trabalhando essa questão, e nada
mais justo, nada mais correto, do que o conjunto dos 33 vereadores, através da
representação de uma Comissão Especial, participem ativa e propositadamente com
relação ao que o Executivo está realizando, essa é uma das nossas funções.
Além disso, a Câmara de Vereadores também tem uma função
fiscalizadora. Eu sou do Partido do Governo, no entanto isso não me impede, ao
contrário, obriga-me a diuturna e permanentemente estar acompanhando as
questões do Executivo Municipal, portanto é meritório, é justo e diria
inclusive que é necessário que esta Casa acompanhe essas questões.
O Ver. Nereu D'Ávila
fala a respeito do Centro 24 horas,
essa é uma obra fundamental para uma Cidade, para uma metrópole como Porto
Alegre, que quer ser a Capital do Mercosul, ser a referência e o centro da
Cidade. Mas também temos questões no Centro da Cidade que nos causam
preocupações. Nós queremos acompanhar as questões do Mercado Público. Não há
necessidade de uma Comissão Externa para o Mercado Público, porque já existe
discussão e negociação com a
Administração com relação a esse assunto, mas temos a Praça da Alfândega e a
Feira do Livro, e, se tudo der certo, esta Câmara aprovará a Feira do Disco no
mesmo local.
Nós temos, aos sábados pela manhã, uma das idéias mais
interessantes que é a Feira da Cidade Antiga, no entanto para a sua
concretização falta muito e para tal nada mais justo que essa Feira seja integrada no corredor cultural que passa no Centro da nossa Cidade e está sendo
revitalizado em discussões com comerciantes, agências bancárias, com os
proprietários, com os síndicos de vários edifícios na Zona Central. Portanto, queremos aqui encaminhar
favoravelmente a essa Comissão proposta
pelo nobre Ver. Nereu D'Ávila.
Esta Casa deverá trabalhar
com todo o afinco para debater sobre
todas as propostas e, na forma de
proposições, possamos ajudar o Poder Público Municipal a fazer do Centro de
Porto Alegre a referência da Capital e esta a referência do Rio Grande e do
Mercosul. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Proposição contida no Requerimento.
Os Senhores Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Requerimento nº 206/97, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, solicitando que seja convidado o Secretário Municipal de Produção, Indústria e Comércio, o Sr. José Luiz Viana Moraes, para explicar a postura da Secretaria em relação ao débito dos comerciantes do Mercado Público.
O SR. PEDRO
RUAS (Esclarecimento):Gostaria que a Mesa
esclarecesse na eventual vinda do
Secretário, caso seja aprovado o Requerimento,
temas discutidos estão restritos ao que colocou o Ver. Sebenelo ou podem ser ampliados, porque é uma questão
importante, e lá pelas tantas alguns Vereadores têm questões específicas que
gostariam de colocar. Desse esclarecimento dependeria o meu voto.
O SR.
PRESIDENTE: No
Requerimento está específico. Se houver algum acordo com o Requerente pode-se
adendar outros assuntos.
Em votação. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para
encaminhar.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Senhor
Presidente e Srs. Vereadores. Através de um trabalho diligente de outros
Vereadores, inclusive do Ver. João Dib, Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Fernando
Záchia e do Ver. Adeli Sell, que por
duas vezes foi intermediário na tentativa de negociação com a Secretaria
Municipal de Indústria e Comércio, fomos cientificados - e esse é o motivo do
pedido do Requerimento - das dificuldades de chegarem a um denominador comum os
interesses da Cidade de Porto Alegre representados pela Secretaria de Indústria
e Comércio e os interesses de pequenos proprietários que trabalham no Mercado
Público com microempresas de comércio.
Evidentemente que pelo vulto da dívida em relação ao pequeno poder
aquisitivo dessas pessoas - que é atestado pela forma como eles vivem, como
eles trabalham, como eles moram, e nós tivemos a oportunidade de conhecer isso.
Algumas pessoas têm dívidas de setenta, oitenta mil reais - elas não têm
condições de pagar de uma só vez. Então, nós queremos o parcelamento e a isenção de algumas taxas, dívidas ou juros,
que possam fazer com que estas dívidas sejam pagas. As pessoas querem pagar,
mas não têm condições da forma que a Secretaria de Indústria e Comércio propôs.
E nós temos algumas dificuldades com os Secretários do atual Governo na
marcação de audiência, pelas negativas dos Secretários em atender os Vereadores
ou Suplentes de Vereadores e, principalmente, pelas dificuldades que nós
tivemos com o Secretário quando fizemos um convite para ele vir aqui prestar
esclarecimentos. Agora, quem sabe, ouvindo os Vereadores, podemos chegar a um
acerto que seja muito bom para o Município, que seja muito bom para a
Secretaria de Indústria e Comércio e que seja muito bom para os arrendatários
desses estabelecimentos comerciais.
Nós fizemos este pedido ao
Secretário e, agora, o Ver. Pedro Ruas pergunta se pode ser apenas específico
ou se pode ampliar este debate para outro assunto de interesse da Secretaria de
Indústria e Comércio e desta Câmara. Eu queria, inclusive, liberar o
Requerimento, se o Presidente me conceder esta licença, para que a este
Requerimento seja acrescentado o pedido do Ver. Pedro Ruas. Eu abriria o meu
Requerimento no sentido de que o Ver. Pedro Ruas incluísse na Pauta
os interesses do Vereador e da
Secretaria Municipal de Indústria e Comércio nessa audiência com o Secretário Zeca Vianna, aqui na
Câmara, e espero que esse debate tenha o tom de conciliação e de entendimento
entre os concessionários do Mercado e a Secretaria Municipal de Indústria e
Comércio, com o adendo do Ver. Pedro Ruas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. José Valdir está com a palavra para uma Questão de Ordem.
O SR. JOSÉ
VALDIR (Questão de Ordem): Eu entendo que não é possível fazer uma emenda a um Requerimento
quando estamos em fase de encaminhamento. Vale a similitude da votação de
qualquer projeto , caso contrário, qualquer Vereador pode fazer emenda e
teríamos que ficar aqui com o Secretário durante dois dias para que ele pudesse
responder a todas as questões.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa entende que o Requerimento do Ver. Sebenelo é para uma determinada
questão. Eu entendi que havia tempo para emenda. Agora fui informado de que não
era mais tempo de fazer emendas, embora a Casa tenha feito isso em outros
processos. No decorrer da discussão muda uma vírgula, muda uma palavra, o
signatário rubrica e há um acordo. Como não queremos ferir o Regimento, vamos
pedir para que não seja feito o adendo e, temos certeza de que, caso venha a
ser aprovado e venha aqui o Secretário, ele não vai se furtar de responder as
perguntas que poderão ser, informalmente, colocadas antes para ele, para que
ele venha prevenido. Acho que vamos conseguir superar isso, a não ser que se
faça outro Requerimento.
Com a palavra o Ver. Pedro
Ruas para encaminhar.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, o Requerimento do Ver. Cláudio Sebenelo tem mérito,
obviamente, na medida em que qualquer Vereador tem o direito e, eventualmente,
o dever de questionar qualquer Secretário Municipal a respeito de assuntos que
a população ou segmentos da população tenham interesses ou tenham dúvidas. O
Ver. Sebenelo coloca que é importante a vinda do Secretário José Luiz Vianna
Moraes para esclarecer a questão do débito dos comerciantes do Mercado Público
junto à Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Este Vereador recebe já há
algum tempo pedidos de familiares e dos próprios fotógrafos conhecidos como
"lambe-lambe", da Praça XV com relação à indefinição da sua situação
atualmente. É bem verdade que um integrante do primeiro escalão do Município de
Porto Alegre, o jornalista Garcez, tem ajudado este Vereador no encaminhamento
da solução desse problema, assim como o Sr. Adaucto Vasconcellos, nosso
"Embaixador", tem também ciência desse problema sério que atinge
pessoas que trabalham na Praça XV, há mais de 40 anos, aliás, filhos de
trabalhadores do mesmo setor de muito anos.
Por isso, é fundamental que
o Sr. Secretário José Luiz Vianna Moraes, a quem está afeta a solução desse
problema, esclareça, também, Sr. Presidente, que tipo de providências estão
sendo tomadas em relação a esses trabalhadores, que são, na verdade, uma
tradição da Cidade de Porto Alegre. Por isso, sugiro que, fazendo o
Requerimento para que o Secretário se manifeste também acerca desse problema,
tenhamos, em conjunto com o Ver. Sebenelo, uma data comum para a vinda do
Secretário para que ele possa especificamente tratar dos dois temas e, ainda,
se possível, esclarecer outros assuntos de interesse desta Casa.
Por isso reitero à Mesa e ao
Ver. Sebenelo que tenhamos, pelo menos até a próxima Sessão, um período de
suspensão em relação à definição da data
da vinda do Secretário, e que possamos votar um novo Requerimento,
cumprindo o Regimento e cumprindo a missão
do Secretário em relação aos
esclarecimentos que os Vereadores desejam.
Recebo a informação de que
uma das pessoas interessadas é o fotógrafo lambe-lambe, chamado Celso
Rodrigues, com 42 anos de Praça XV. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Ver. João Dib, que disse que é muita coisa, penso que o assunto merece a nossa
consideração.
Por óbvio, o Requerimento do
nobre Ver. Cláudio Sebenelo não tem como escopo fazer a discussão aqui de casos
isolados da negociação entre o Município e algum permissionário. A inteligência
e a responsabilidade do Vereador jamais provocaria um tipo de debate com essa
conotação. O Vereador busca, com certeza, os critérios da relação entre o Poder
Executivo Municipal e os permissionários do Mercado Público, pelos quais a
Administração Popular tem o maior respeito.
Tanto é assim que de tudo
fez para que, durante as obras do Mercado Público, não tivessem os
permissionários qualquer dificuldade de
funcionamento, levando adiante os seus negócios, que, apesar de não terem sido
licitados - são permissões antigas, que, na gestão do então Prefeito João
Antônio Dib, que hoje honra esta Casa, foram normatizadas para que, a partir de
três meses de atraso, aí sim fossem acionados os permissionários e cobrada uma
taxa de 10% de juros. Uma iniciativa, a
meu juízo, correta.
Enquanto duraram as obras do
Mercado Público, em momento algum o Executivo Municipal se utilizou dessa
normatização porque entendia que
durante as obras os permissionários não
poderiam ter nenhum prejuízo para manter em dia os pagamentos.
Em agosto de 1995, foi
verificado e listados todos os permissionários que estavam em atraso, e
proposto uma negociação de pagamento dos débitos com 40% à vista e 60%
parcelados em dez prestações. Apenas dois permissionários não aceitaram tal
proposta e se retiraram do Mercado Público.
Posteriormente, dezessete
permissionários voltaram a ficar inadimplentes. Dos dezessete, onze já tinham
estado nesta situação. Estes não foram, novamente, beneficiados com as bases
iniciais de negociação. Seis, desses onze, fizeram o acordo e regularizaram as
suas situações junto ao Executivo. Apenas cinco permissionários, atualmente,
continuam em situação irregular, entre os quais se encontram a Peixaria São Pedro, Supermercado Laçador.
Então, que fique bem claro que apenas cinco, de um universo imenso de
permissionários, estão com esta
dificuldade.
Esse número pequeno de
devedores demonstra que são problemas enfrentados por essas empresas e que são
gerados por uma crise econômica que graça no País e não com relação à Administração Municipal.
A partir do Requerimento do
Ver. Cláudio Sebenelo, com o Secretário, poderão debater com mais profundidade
este tema.
Agora, eu gostaria de frisar
que são apenas quatro permissionários se encontram em dificuldades, e a
municipalidade possibilita que a dívida
seja paga em cinco prestações. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa recebeu um Requerimento do Ver. Pedro Ruas, fazendo a outra solicitação. Apenas para esclarecer
os próximos oradores.
O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu pediria a atenção de todos para o Requerimento que ora se encaminha, não se
discute. Todo homem público
deveria ter sensibilidade e capacidade
de resposta. Eu quero dizer que os
Vereadores Cláudio Sebenelo, Reginaldo Pujol,
Fernando Záchia, Luiz Braz e Adeli Sell têm sensibilidade, não estou dizendo que os outros não tenham Ver.
Pedro Ruas. Têm sensibilidade e capacidade de resposta, agora não acho que o
Secretário de Indústria e Comércio tenha sensibilidade e capacidade de
resposta. Estão aqui insistindo numa coisa que, em nenhum momento, foi
levantada.
Estamos preocupados sim com a inadimplência, mas estamos atrás das
razões da inadimplência. Na minha Administração foi colocado 10% ao mês de
multa, era para uma inflação de 300% ao
ano, não para uma inflação de 5%, 6%,
8% ao ano, nem os usuários da praça fazem 10%
ao mês. O que nós fizemos sem alarde, sem publicidade, sem outra
preocupação do que encontrar a solução, foi levantar o problema, saber por que
o Mercado vai mal. Aí nós temos um questionário, respondido anonimamente, em que alguns, ou a maioria, dizem que não
estão inadimplentes, mas, de repente,
algum não está inadimplente porque fez empréstimo bancário para pagar a
Prefeitura, porque é mais barato pagar os juros do Banco do que pagar os
juros do Seu Zeca Moraes.
Tem que existir algum
problema, o mercado funcionou mais de
uma centena de anos, de repente ele ficou
bonitão com o dinheiro dos empresários e dos permissionários também
que pagavam três aluguéis por mês e
deslocados. Ninguém pode dizer que eu seja diferente. Sou igual a todos. Vou ao
supermercado e sei que o que quero está lá naquela prateleira. Volto na semana
seguinte e não está lá, não vou procurar. Vou embora, pois estou acostumado a
ir ao lugar certo. O que é que aconteceu com o Mercado? Ficou bonito, ficou com
cara de "shopping". E a
propaganda que fazem é para dizer que não é "shopping", que é
mercado, mas não é verdade.
O povo não vai mais lá.
Então, além da inadimplência - não importa se são dois, quatro, cinco ou
noventa - há outras coisas que precisam ser consideradas, porque todos nós
gostamos do Mercado, mas gostamos de forma diferente às vezes.
Esse grupo de Vereadores que
citei aqui foi a várias reuniões sem dar nenhuma entrevista, levantando o
problema, buscando a solução e, de repente, fica tudo na mesma coisa: de que
estamos cuidando da inadimplência. Estamos cuidando também da inadimplência,
mas temos que saber as razões dessa inadimplência.
Se alguém trabalhou no
Mercado durante cinqüenta anos e não houve inadimplência de sua parte, e agora
há, temos que ter sensibilidade e capacidade de resposta. Não é somente o
problema da empresa. Deve ser problema,
também da empresa. Mas a verdade, Ver. Juarez Pinheiro, é que não importa
quantos sejam, uns venderam propriedades, outros tiraram dinheiro do Banco porque os juros do Banco são mais
baixos que os juros da Prefeitura. Caro Ver. Juarez Pinheiro, eu dizia ao
colegiado todo, que cabe a um bom
político cabe ter sensibilidade e capacidade de resposta.
Estou achando que a
sensibilidade de V. Exa. está falhando. A capacidade de resposta continua muito
boa, mas a sensibilidade de V. Exa. está muito longe daquilo que está sendo
expressado desta tribuna. Estamos procurando quais as razões das dificuldades
que o Mercado Público enfrenta.
Quem conhece Porto Alegre,
quem viveu Porto Alegre - e os Vereadores Nereu D’Ávila e Reginaldo Pujol foram
Secretários da Indústria e Comércio - não pode negar que a movimentação de
público no Mercado é muito menor, e isso dificulta a todos eles.
Fico com a minha
sensibilidade um pouquinho abalada, mas não impede que eu diga saúde e paz.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pelo que me informa a Mesa, o
Requerimento originário do Ver. Cláudio Sebenelo, que pede o comparecimento à
Casa a fim de explicar a postura da Secretaria em relação ao débito dos
comerciantes do Mercado Público para com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre
já se encontra aditado. E pelo menos, no que diz respeito ao Ver. Pedro Ruas,
eu sou informado de que o aditamento é no sentido de que também os chamados
“lambe-lambe” da Praça XV tenham a sua situação explicada, aqui, nesta Casa.
Eu quero dizer, com toda a
tranqüilidade, que me ocupei, e me ocupo muito, com as coisas relativas ao
Mercado Público, mas não nego a importância de se examinar também essas outras
situações. Espero que se aproveite essa oportunidade rara de termos aqui o
Secretário da Produção, Indústria e Comércio que, segundo consta, não é muito
afeito a atender a esses convites e agora vem convidado pela Casa, para que ele
explique a situação dos permissionários do Mercado Público, para que explique a
situação dos “lambe-lambe”, que, há cerca de 60, 80 anos, estão na Praça XV e,
ao que consta, devem ser expurgados de lá. Para que explique a situação das
Vans, conforme quer o Ver. Nereu D'Ávila e que tranqüilize os permissionários
do Viaduto Otávio Rocha que estão preocupados que, com eles, ocorra sorte
semelhante aos do Mercado Público.
Vim à tribuna para dizer
que, normalmente, eu não gosto dessa chamada dos Secretários aqui na Casa,
porque eles têm uma enorme vontade, quando vêm aqui, de conversar. Nós temos
cinco minutos para fazer perguntas a eles
e eles têm todo o tempo do mundo para fazer a resposta. E até que 20 ou
30 Vereadores façam as perguntas, termina o prazo da Sessão, e não ficaram os
esclarecimentos. Vamo-nos organizar para que, especialmente nessa situação, que
tanto tem ocupado os Vereadores desta
Casa, e, inclusive, na quase sua totalidade se manifestaram, naquela memorável
Sessão realizada nos autos do Mercado Público Central, na vinda do Sr. José
Luiz Viana Moraes, e tenhamos mais clara, mais
tranqüila, mais conseqüente a situação daqueles que foram
vítimas dessa maravilha do urbanismo contemporâneo que transformou o Mercado
Público Central em uma das coisas mais
lindas que a cidade de Porto Alegre tem, mas que tem uma funcionalidade,
lamentavelmente, muito complicada.
Mais do que ser uma beleza
estética e arquitetônica, o Mercado Público deve ser um lugar onde se pratique
ato de comércio com sucesso para ambas as partes, ou seja, para quem vende e
para quem consome. Não sei se os consumidores estão tendo esta empolgação que
os estetas têm com relação à obra. Sei e tenho ouvido amiúde o meu gabinete, inúmeros permissionários que não têm essa mesma
empolgação, porque eram prósperos nas suas atividades no velho Mercado e hoje
viram, por razões das mais diversas, e que devem ser amplamente discutidas,
reduzida sua capacidade comercial, e se encontram, praticamente, à beira da
insolvência, para não dizer da própria falência.
De outro lado, esse alertamento, que traz aqui o Ver. Pedro
Ruas, sobre os “lambe-lambe”, não pode passar despercebido pela Casa. Vamos
encarar essa situação, e também vamos encarar o pedido do Ver. Nereu D’Ávila
com relação às Vans que proliferam em Porto Alegre, antecipando-nos, essa é a
verdade, com relação aos permissionários do Viaduto Otávio Rocha e do Viaduto
Borges de Medeiros, que também está sendo embelezado, e espero que não faça
vítimas como, infelizmente, o embelezamento do Mercado Público Central fez, e
que lamentavelmente, se registra nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Luiz Braz, com a palavra, para
encaminhar.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, venho à tribuna manifestar preocupação pela forma
com a qual estamos chamando autoridades ligadas ao Executivo Municipal para
virem até aqui. Estou falando isso,
quando já estamo-nos aproximando das 18h, porque há mais de um mês estamos
tentando trazer à Comissão de Finanças da Casa o Procurador-Geral do Município,
e recebemos uma resposta de que ele só viria se recebesse o Ofício da Câmara
convocando-o. Nós, que sempre utilizamos essa forma cavalheiresca de trazer as
autoridades municipais até aqui, através de convites, recebemos uma resposta
nada cavalheiresca do Procurador-Geral do Município dizendo isso.
Como o Ver. Adeli Sell ficou
de dar uma reposta, hoje, sobre o que disse o Procurador, e como estamo-nos
aproximando das 18h, estou na tribuna manifestando a minha preocupação com
relação a forma de fazermos convites às autoridades municipais para virem até
aqui. Faz mais de mês que estamos tentando uma resposta do Procurador-Geral do
Município e não estamos conseguindo.
Então, é claro que vou votar
com o Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila, mas começo a ter dúvidas de que as
autoridades municipais possam também
agora não atender convites cavalheirescos como esse, e queiram ser convocadas
na forma do Regimento da Câmara Municipal. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para encaminhar.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, e não viria falar, mas a discussão sobre este
Requerimento ensejou-me a necessidade de vir dizer da tribuna o que já disse na
Sessão do Mercado.
Nem dez Zecas Moraes vindo
aqui na Câmara explicar o que houve vão reverter a situação.
Estamos, agora, diante de uma nova visão de mercado, não de Mercado Público,
mas de mercado com letras minúsculas. Surpreende-me algumas expressões liberais
da Casa pedindo a intervenção do Estado na questão do Mercado.
Vamos acabar com essa história! A prefeitura não tem nada a ver
com o que está acontecendo lá. Isso é uma relação nova de mercado. Por favor,
Srs. Vereadores, vamos chamar o secretário Zeca Moraes aqui. Ele vem, com toda
tranqüilidade ,explicar. Ele pode até diminuir, eliminar as multas que a
prefeitura está aplicando nos permissionários do Mercado, mas não vai resolver
o problema! São outras relações que presidem, hoje, o Mercado. Vamos discutir
com o Secretário qual é o papel que a prefeitura pode desempenhar nesse
processo de recuperação das bancas do Mercado. Mas não vai ser através da
diminuição das multas, de tudo isso aí, porque aí é a intervenção do Estado.
Então, vamos intervir! E vamos fazer relação de preço lá para o Mercado, porque
o que está acontecendo é isso. Tem gente na cidade que não vai ao Mercado
porque lá os preços são mais altos, e não é pela beleza da banca, pela
localização da banca, que era ou é ou continuará sendo ou vai ser. É pelo preço
do produto.
Hoje a sociedade está
mudando e os pontos de compra estão disseminados pela cidade. Ninguém vai subir
no ônibus, ou vai de carro ao centro da cidade, onde não encontra
estacionamento, só para comprar no Mercado. Que venha o secretário Zeca Moraes,
e vamos conversar com ele civilizadamente. Mas nem dez Zecas aqui vão resolver
o problema! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação o Requerimento do Ver. Cláudio Sebenelo. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
Requerimento subscrita pelos
Vereadores Nereu D'Ávila e Pedro Ruas, para que seja convidado o Sr. Secretário
da SMIC para esclarecer a situação atual dos fotógrafos “lambe-lambe”, da Praça
XV, e também seja ouvido o Secretário acerca da situação das Vans Towner -
lanches rápidos, cachorro-quente e bebidas - espalhadas pela Cidade.
O SR. GERSON
ALMEIDA (Esclarecimento): Sr. Presidente, como os Requerimentos estão separados, que seja
registrado, com o acordo dos autores, a mesma visita do Secretário para os
esclarecimentos pedidos.
O SR.
PRESIDENTE:
Todo empenho é neste sentido. Aliás, não teria por que se fazer de forma
diferente. O Ver. Cláudio Sebenelo já tinha feito essa sugestão. Fica bem claro
que a manifestação do Líder do PT é no sentido de que não se faça dois
convites.
Em votação o Requerimento
subscritos pelos Vereadores Nereu D'Ávila e Pedro Ruas. Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
A data será marcada mais tarde. Nós temos feito uma sugestão aos
Srs. proponentes que, através e junto com a Diretoria Legislativa, seja feita
sempre uma consulta prévia aos nossos convidados para garantir a data mais
apropriada. Não temos mais Requerimentos sobre a Mesa.
Passamos ao
GRANDE EXPEDIENTE.
O Ver. Paulo Brum está com a palavra. Desiste. O Ver. Pedro
Américo Leal está com a palavra. Desiste. O Ver. Pedro Ruas está com a palavra.
Se os Vereadores entrarem num acordo, a Mesa declara que ficam garantidos os
tempos, mas não pode fazer diferente. Tem que haver acordo. A Mesa suspende a
Sessão por um minuto para verificar se há acordo.
(Suspendem-se os trabalhos
às 17h48min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 17h49min): Estão reabertos os
trabalhos. A Mesa recebe a resposta dos Srs. Vereadores de que existe o
interesse em guardar este espaço para outro dia.
Por visível falta de
quórum estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às
17h50min.)
* * * * *